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Tuesday, March 30, 2004

FANÁTICO? EU?
Billy

Dizia eu outro dia que estava na iminência de ir a Juiz de Fora ver o jogo do Cruzeiro. Não fui. Mas o fanatismo não cede e a doença não cessa, conforme sói reconhecer. Vejamos.

Duas horas da manhã de sexta para sábado, me liga o Thales chamando pra tomar umas e outras. Usando a evasiva genérica: “Tenho que acordar cedo amanhã”, disse-lhe que, infelizmente, não poderia. Não menti. Só não revelei porque teria que acordar cedo.

É que sábado, logo cedo, fui assistir ao treino do Cruzeiro, na Toca da Raposa II. Sim, amigos, à luz da razão mediana, superei o último limite do aceitável. Socialmente, já não sei mais o que será de mim. Qualquer hora serei banido das rodinhas de amigos e abandonado pela namorada. Seja como for, estou certo que há algumas coisas na vida que se deve fazer pelo uma vez. E poderei um dia dizer, cheio de orgulho e sem arrependimento, que fui ver até treino do super Cruzeiro campeão brasileiro de 2003.

O treino em si, meramente recreativo, não passou do famoso rachão (dois toques), que mais parecia pelada de recreio na escola. Disputado em meio campo, com treze ou catorze pra cada lado, ausentes Alex, contundido, e Maldonado, servindo a seu país. Algo me impressionou em especial: até em treino o Jussiê me irritou. Perdeu vários gols feitos e treinou muito mal. Mas como diz o segundo ditado mais velho do futebol, treino é treino e jogo é jogo (obviamente, o mais velho de todos é o que diz que o futebol é uma caixinha de surpresas). Pois é, meus amigos, a vaia desfila por aí de mãos dadas com a apoteose. E Jussiê fez os dois gols no domingo contra o Ipatinga. Claro que não reclamo dos gols marcados, mas lamento que agora vai demorar mais uns bons jogos para o sujeito ser barrado. E o pior é que os tais dois gols foram marcados num jogo de pequena ou nenhuma relevância.

O Sumo Papa, que vem condenando a dedicação dominical aos esportes e a outras atividades ditas infernais, deve ver em mim um inimigo feroz e brutal. O verdadeiro anti Cristo. Não satisfeito em me fazer presente em todos os jogos do time, seja no sábado, domingo, ou o que dia for, de manhã ou de noite, também fui num treino do Cruzeiro. Isso além de colaborar num blogue sobre futebol, bater uma pelada sempre que posso e ainda assistir a algum match do Real Madrid, Arsenal, Milan ou similares, pela televisão, quando sobra tempo. Qualquer hora sou excomungado da Santa Igreja. A razão: devoção cega diante de altares pagãos.

p.s. Nhonho, meu filho, muito obrigado mesmo!

Tuesday, March 23, 2004

Quase nada de novo no front
Thales

Devo dizer que não postei ontem por não considerar um fato notável a vitória de 4 tentos a 0 sobre o Mamoré. Primeiro porque não há de quem falar mal; segundo que não vejo nenhuma vantagem em fazer 4 gols ou apresentar um futebol digno de passeio completo contra um time que oferece tão pouca resistência. Nada de anormal.

Ao contrário do jogo do Cruzeiro, e sinceramente não entendi nem o post do Billy e nem os comentários. Concordo que também nada há de excepcional no fato do Cruzeiro ter vencido o Tupi, mas com um porém, senhoras e senhores, um sujeito desceu de pára-quedas no gramado durante a partida. E esse fato, tão insólito quanto alguém dar piruetas pelado em volta do Pirulito da praça Sete, não mereceu nem uma menção, sequer um reles comentário. Que me importa se o Dracena jogou mal ou se o Gusmão mexeu bem no time? Um homem caiu do céu durante a partida. No que me diz respeito poderia ser até um enviado do Senhor trazendo a notícia de que o Criador nunca vira pelada tão mal disputada em toda sua vida.

Por isso não postei nada sobre a rodada de domingo. No jogo do meu time não caiu um homem do céu.

Acontece que, hoje vi uma entrevista de um jogador do Atlético que me chamou muito a atenção. O jogador em questão é Zé Luis (finalmente Bonamigo resolver colocar as varizes de Hélcio de molho), e ele respondia a uma pergunta sobre o confronto de amanhã contra o Santo André pela Copa do Brasil. Quando perguntado se ele esperava que o Atlético iria conseguir a classificação no jogo de ida, ele respondeu que seria o ideal, mas caso não fosse possível, a equipe deicidiria em casa e com certeza (uma ênfase descomunal na palavra certeza) avançaria para próxima fase. Há algum tempo que o discurso na Vila é de uma humildade que beira a subserviência canina. A saída de Hélcio não representa apenas uma mudança de ordem técnica ou tática, mas mais importante que isso, representa um mudança de mentalidade e era justamente isso que andava faltando dentro do clube, talvez essa limpeza feita no fim do ano passado tenha sido a melhor coisa que aconteceu no Atlético nesses últimos anos.

Sunday, March 21, 2004

Sweet Relief!
Billy

Amigos, há momentos no futebol, assim como na vida, em que mais importante do que brilhar e jogar bem, é ser pragmático e vencer. O jogo do Cruzeiro contra o Tupi foi assim. Não jogou bem, mas trouxe a vitória num momento importantíssimo. O futebol apresentado deu raiva mesmo! Do Edu “Gracinha” eu não vou falar nada, vou deixar a honra pro Renato, pro Gustavo ou o Boe. Ou os três. Mas vou falar do Jussiê. Este rapaz é capaz de errar TODOS os passes, concluir mal TODOS os lances e ainda permanecer como titular em TODOS os jogos. Durante a partida, o PC Gusmão ficava na beira do relvado gritando: “Jussiê, vamos jogar! Vamos jogar!” No que eu pensava: "Não adianta gritar, meu caro Gusmão, ele não vai jogar." E enquanto isso, os gols do Galo e do América não paravam de sair.

Nesta toada de análise, amigos, minha personagem do fim de semana não poderia ser outra que não a sorte. Sem a sorte o Cruzeiro não teria feito nenhum dos dois sofridos gols. E não estaria classificado agora, pois a combinação de resultado nos favoreceu. Sorte. Muita sorte.

Maldonado até que poderia tirar a sorte do posto mais importante do fim de semana, mas não foi tão decisivo e nem tão oportunista. Foi um Leão em campo. Atacou e defendeu, bateu e apanhou. Mas ainda assim, entrego o troféu à sorte, posto que ela garantiu a vitória e a classificação.

Antes que me pergunte o incauto amigo leitor, já aviso que infelizmente não fui às margens do Rio Paraibuna ver o jogo. Não consegui arregimentar outro psicopata a me acompanhar. Sozinho seria demais!

Friday, March 19, 2004

Com atraso
Billy

Pelos mais diversos motivos não escrevi antes. Mesmo assim, para que os queridos comentadores não continuem com a cobrança, lá vai.

Na quarta-feira, o Cruzeiro venceu com relativa facilidade o pobre Concepcion. Digo pobre porque o time é muito ruim. Do nível dos piores times do Ruralito. E tudo ficou muito fácil após o golaço de Cris, logo aos 5 minutos de partida. É bem verdade que o marido da Ninja do Funk errou o cruzamento e acabou acertando o gol, o que não tira a beleza do lance.

Maicon papou a vaga de Maurinho (se Deus quiser). As escaramuças pela direita foram fundamentais para a construção da fácil goleada.

Mas acho não dá pra se empolgar ainda. O adversário era abaixo da crítica, repito. Enfiar uma sonora goleada não era mais que obrigação do Campeão Brasileiro.

E o gordo continua metendo as bolas pra dentro...

p.s. Se tudo correr bem, este que vos escreve acompanhará, in loco, Cruzeiro e Tupi, em Juiz de Fora. Haja fanatismo!

Friday, March 12, 2004

Oh, Amaral, Oh Amaral...
Billy

A divertida passagem abaixo foi contada pelo Renato Maurício Prado, colunista de esportes d’O Globo e merece destaque por não deixar de ser uma provocação, ainda que sutil, contra os galináceos:


“Copa do Brasil, final de jogo entre Atlético-MG e Palmeiras. Vitória palmeirense e muita contestação da torcida mineira quanto à arbitragem.

Alheio à revolta dos torcedores, o meio-campo Amaral dá entrevista à rádio Itatiaia, na beira do gramado. Eis que um torcedor, enfurecido, arremessa o seu radinho de pilha na direção do jogador — que se abaixa na hora certa enquanto o improvisado projétil lhe passa zunindo junto à orelha.

Rapidamente, Amaral se abaixa, apanha o rádio e continua a entrevista, no maior bom humor:

— Se vocês da imprensa não me reconhecem como melhor jogador da partida, a torcida sim. Olha aí, ganhei o moto-rádio... “

Sunday, March 07, 2004

Cruzeiro 4 x 0 Vila Nova
Billy

O Cruzeiro voltou a vencer. E a jogar bem, o que é o melhor de tudo. Do jogo em si, pouca coisa a se destacar, que não o de sempre. Alex e Maldonado jogando muito, o Sr. Gordo empurrando umas bolas para dentro.

O destaque negativo foi a confusão infernal para se conseguir um tíquete de entrada. Em frente à bilheteria lotada e após alguma espera, o Elói, companheiro de sempre no Mineirão, já sentencia (nem me dá opção, percebam):
- Só tô esperando a frase.
Eis que vem a frase, em alto e bom som:
- Sem fila vai direto! Sem fila vai direto!
Após uma prévia negociação com o intermediário, fomos direto. Sem fila.

Destaque positivo para um torcedor que estava bem na minha frente. Após o quarto gol do Cruzeiro, uma falta que Alex cobrou como se fosse o próprio Zico, o sujeito se vira para trás, olhos rútilos e grita me segurando pelo braço:
- A crise acabou! A crise acabou!

Nem tanto, Amigos. Mas já foi um alívio considerável a tranquila goleada sobre o Vila Nova.

Sr. Carlos II
Thales

Hoje, 6:30 da manhã.

Nos encontramos na garagem.

Eu chegando da gandaia e seu Carlos voltando da padaria.

- Ooop... - aceno de cabeça.
- Opa... - meneio de cabeça.
- É... seu Carlos, pelo menos a história do Luxemburgo ficou melhor explicada.
- Esse é o problema de hoje em dia, Thales, o cidadão escreve... escreve o que não devia dizer - essa sim uma de suas frases mestre dos magos (nessa hora já estou gargalhando e ele sorri sabedor da boa frase) e como que se plagiando continua - o cidadão escreve o que não devia falar. Como que o sujeito com o dele no bolso vai negociar parcelamento para os outros? Com que moral? E o problema maior, quem escolheu pagar quem primeiro? O sujeito bota em folha timbrada o que não deveria dizer. Mas aquele que ganha mais, que ganha primeiro é o mais importante. A vaidade...
- Ciao, seu Carlos... - ainda gargalhando.
- Bom dia para mim, boa noite pra você.

Saturday, March 06, 2004

AINDA ALMIR
Thales

Caso alguém se interesse, achei na internet uma única e escassa foto do quebra-pau histórico citado no post "Almir Morais de Albuquerque (do dia 26/02/04)" (a título de curiosidade futebolística vale acrescentar que Almir era chamado por Nelson Rodrigues de "Divino Delinquente"), é uma página de um torcedor do Flamengo, há ainda na mesma página o gol mais famoso da carreira de Rondinelli (o Deus da (R)raça), quem quiser ver basta clicar aqui.

Friday, March 05, 2004

O REI ESTÁ NU
Thales

Enquanto jogou bola Pelé nunca pôde ser considerado um jogador que primasse pela humildade, e era necessário que assim o fosse. Pelé não teria se consagrado o rei do futebol caso ele mesmo não se considerasse o melhor do mundo.

Mas assim como o hábito não faz o monge, a coroa não faz o rei. Pelé (com essa lista da FIFA) provou ser um preto de alma wasp.

O melhor comentário que vi sobre esse episódio foi proferido (por incrível que pareça) por PCV (comentarista da ESPN), ele disse, "Há um filme de Frank Capra chamado 'Do Mundo Nada se Leva', exceto a amizade, para Pelé mais vale o tapinha na barriga de Banks e o abraço de Henry que a decepção de Coutinho e Mengálvio", eis tudo.

Ainda que Pelé se visse (por uma série de contratos com a FIFA) obrigado a participar dessa palhaçada e distribuir uma série de votos políticos, como para Nakata, Ballack, Crespo (este então inadmissível, concorreria sem problemas na lista dos maiores enganadores de todos os tempos), Saviola, Hong (sou capaz de apostar que Pelé nunca viu mais que 5 jogos desse rapaz), Deschamps, Pires, Vieira, Davids, Beckham e tutti quanti (a lista de Pelé mais parece uma ode a mediocridade, até os EUA tem lugar nas fileiras do "rei"). Mas enfim, ainda que por razões sórdidas Pelé tenha se disposto a passar por esse constrangimento ridículo, eu ainda esperava um lampejo de dignidade e humildade do "rei", essa é a palavra, humildade, Pelé poderia muito bem ter feito toda essa lambança desde que retirasse seu nome da lista e cedesse seu lugar a Coutinho, Tostão ou Rivelino, se colocando acima desse tipo de disputa. Não só errou grotescamente na lista como ainda foi traído pela vaidade, só teria feito pior caso tivesse omitido, por rancor, o nome de Maradona da lista.

Rei que é rei não se vende por trinta dinheirinhos.

Wednesday, March 03, 2004

E QUEM SE IMPORTA COM O AMÉRICA?
Lesser

Está numa das caixas de comentários abaixo a seguinte indagação:

“Quem vai escrever sobre o América?”

Ao que o senhor Paulo Torres respondeu, enfático:

“E quem se importa com o América?”

Pensei em responder a ambas as perguntas na própria caixa, mas lembrei-me de que sou um dos donos deste botequim.

Assim sendo, permitam-me as respostas num espaço mais elevado.

1. Quem vai escrever sobre o América?

Eu.

Ou, então, o Billy e o Thales caso achem necessário ou prazeroso.

2. E quem se importa com o América?

Eu.

E todas as pessoas razoáveis que dizem acompanhar o futebol mineiro.

Sem se importar com o América, o Cruzeiro não teria tido Tostão. Sem se importar com o América, o Atlético não teria tido Gilberto Silva. Sem se importar com o América, o São Paulo não teria em Palhinha o artilheiro da Copa Libertadores de 93. Sem se importar com o América, ninguém se perguntaria como um time que conta, entre seus titulares, com dez jogadores advindos das categorias de base está liderando o Campeonato. Sem se importar com o América, tanto Atlético quanto Cruzeiro perderiam a chance de comprar jogadores bons e baratos. E de vendê-los por um preço bem mais alto. E de lucrar bastante com isso.

Resumindo, sem se importar com o América, o sujeito que diz acompanhar o futebol mineiro garante seu atestado intransferível de ignorância esportiva.

Falar sobre o América não é o mesmo que falar sobre o Haiti, senhor Paulo Torres. E é com certo pesar que lhe outorgo o título de “comentador símio da semana”. Recomendo-lhe, por fim, que procure algum blogue sobre o cultivo de rabanetes, assunto que com certeza tem mais a ver com sua aparente área de interesse.

Monday, March 01, 2004

Sr. Carlos
Thales

Sr. Carlos é o vizinho cruzeirense do andar de baixo. Um senhor de quase 1,90m extremamente distinto e polido.

Muito me agrada encontrar com ele no elevador e conversar um pouco, em geral é enigmático e tem por hábito soltar algumas frases de efeito à la Mestre dos Magos. Às vezes falamos de futebol e outras da vida. Só nos cumprimentamos com um aceno de cabeça e ele solta o tópico do dia.

Hoje trombei com ele no elevador.

Após os acenos.

- Isso é coisa de mafioso... - nunca estou bem certo sobre o que ele está falando até que comece a desenvolver o assunto.
- Sempre soube disso.
- Essa história do Luxemburgo, rapaz.
- A saída dele já tinha sido decidida.
- Sabe, Thales, eu lembro de uma vez que o Cruzeiro foi bi-campeão mineiro. O técnico era Hílton Chaves, jogou no América, cabeça de área muito bom por sinal, chegou até a ir pra seleção, no dia seguinte ao título o Felício Brant demitiu o Hílton. E eu até cheguei a dar um crédito pros Perrella. Tudo a mesma coisa...
- O Cruzeiro é um clube bastante peculiar.
- Lembro que, por morar lá perto, eu ia assistir até treino do Cruzeiro. Acompanhava o dia-a-dia do clube. Depois que o Hílton foi demitido me desinteressei pela coisa, perdeu todo sentido... nunca mais vi o futebol do mesmo jeito. Vaidades, Thales, vaidades e política, triste verdade do futebol brasileiro.
- ...
- Futebol no Brasil é coisa de bandido. Coisa de mafioso.
- Até, seu Carlos.
- Tchau, bons frutos nos estudos.

DO LADO DE CÁ
Thales

Ontem saí de casa deveras confiante, acreditava sobre todas as coisas numa vitória atleticana, tinha uma certeza inabalável na vitória alvi-negra. Principalmente pelo fato de eu estar indo de carona com 4 cruzeirenses. Sou uma dessas pessoas que crê na força da minoria, ou do mais fraco, ou qualquer inferioridade que seja.

Mas eu havia me esquecido de um detalhe muito importante, a volta de Maldonado ao time estrelado. Fato este que abalou seriamente minha confiança. Ademais, o repórter da Itatiaia me informava sobre a chegada das duas equipes ao estádio, do lado azul todos muito sérios e concentrados; do lado alvi-negro reinava a descontração e a alegria. Não acredito em times alegres e descontraídos, essa é uma de minhas implicâncias quanto a Robinho, Diego e demais pagodeiros de karaoke.

Logo no início da partida, Guilherme me fez lembrar da alegria e descontração. Um arremate inapelável e a massa celeste explodiu num misto de euforia e confiança reconquistada. Guilherme, marketeiro como só ele, mandou a torcida atleticana calar-se e correu em direção à china azul cerrando os punhos em “X”.

Foi quando num lance isolado, começou a brilhar a estrela do “personagem da semana”, Wagner. Numa arrancada fulminante ele deixou Cris, que passou lotado num carrinho desesperado, para trás, e serviu Alex Mineiro que só precisou empurrar para as redes. Foi uma dessas jogadas que até poderia ser seguida por um pedido formal de desculpas (pra dizer o mínimo).

Então o time começou a jogar empurrado pela torcida, que cantava o hino e fazia estremecer o gigante da Pampulha.

E me lembrei do Billy, foi num jogo entre Milan e Atlético pela Copa Centenário. Fomos juntos na torcida do Milan, que até a segunda etapa vencia a peleja por 2x0, e o jogo já se encaminhava para seu desfecho. Eis que o galo marcou o primeiro e a torcida se levantou e começou a cantar o hino, então o Billy se vira pra mim e diz:
- O Atlético vai empatar.
- Que isso, Billy? O Milan tá muito melhor.
- Eu conheço essa torcida, sei do que eles são capazes, já cansei de ver isso acontecer, quando a torcida do galo se levanta ninguém segura esse time.
Não deu outra, cinco minutos depois o placar mostrava 2x2.

Novamente a profecia se realiza, o segundo (uma pintura de Tucho) e terceiro gols não tardaram a acontecer. Não vi o quadro maior por estar do lado de cá, mas imagino que os cruzeirenses temiam que a torcida atleticana fosse descer das arquibancadas para comemorar junto aos jogadores. Não sendo isso o suficiente, Tucho ainda fez mais um e ampliou a conta no finalzinho do primeiro tempo.

Na volta para o segundo tempo aconteceu uma dessas coisas inexplicáveis. A torcida do Atlético sentou-se e ficou calada durante os primeiros cinco minutos. O time, que saiu ovacionado para o intervalo, sentiu a falta de confiança da torcida e se perdeu em campo por 20 minutos, o suficiente para o Cruzeiro diminuir o escore. E fez-se o silêncio apreensivo no Mineirão, uns temendo o pior e outros esperando pelo melhor, e numa cobrança de falta aconteceu o pior pra quem aguardava o melhor. Lance que definiu a partida e desmontou o time do Cruzeiro. A imagem da entrega foi a de Maurinho após o quinto gol, quando a bola passa pela linha o lateral cai de costas no gramado e olha para o céu, precisando mesmo da ajuda de um companheiro para se levantar (lance que só pude acompanhar pela tv, pois na hora eu, como toda torcida do Atlético, estava “dependurado nos lustres do Mineirão”).

Daí em diante o que se viu foi literalmente um passeio, o Atlético andava com a bola em campo e o Cruzeiro, que só queria mesmo o apito final, acompanhava o ritmo vagaroso do time alvi-negro. Mas a história já estava escrita.

Fora a choradeira (do lado de lá (nem todos, há exceções)) que o jogo foi uma pelada, quem foi ao Mineirão assistiu uma partida eletrizante de 8 gols e muita emoção. Até que me provem o contrário, isso ainda é o que faz o torcedor ir ao campo (e antes que um débil qualquer venha me questionar, não, não é só isso que faz o torcedor ir ao campo, mas é o principal).

Quanto às minhas críticas, continuo achando Michel terrível; Tucho tem só isso pra mostrar (ainda que tenha feito três gols); e Alex Mineiro fez dois gols que “até eu faria”.

Wagner ainda vai cair nas graças da torcida.

Citando Alex após o penúltimo confronto, “é bom que o lado de lá vai embora triste hoje”. A festa é do lado de cá.

Apenas uma batalha
Billy

Pois bem, amigos, o Cruzeiro perdeu para o Galo. Mas poderia ser pior. O placar de 4x1 do primeiro tempo era humilhante, mas injusto. Poucas vezes na vida estive tão triste como durante aqueles quinze minutos do intervalo.

Não admito que a torcida vaie o Gomes em razão de suas duas falhas (um verdadeiro frango no 4º gol inimigo, é verdade). O goleiro tem crédito de sobra e inspira a mesma confiança de sempre. O imediatismo de parte da mídia e da torcida não pode ser tolerado. Basta lembrar de suas grandes atuações durante o ano passado. Maldonado foi o grande nome da equipe. Apresenta um futebol requintado, sem perder a raça. Marca e ataca com a mesma eficiência. E joga na bola, o que é mais importante. Alex parecia preguiçoso, a despeito de ter presenteado a torcida com os melhores lances de ataque do time. Torço para que o seu futebol não tenha ido embora com o Luxa.

Já deu pra perceber uma divisão política na arquibancada. Parte da torcida estava bastante insatisfeita com o desfecho da novela Luxemburgo, queixando-se, obviamente, da diretoria. A outra parte, na qual me incluo, deu o voto de confiança aos Perrella.

Na equipe inimiga ressalto apenas o futebol de Wagner. Este sim fez a diferença e talvez tenha sido o personagem do jogo. Fez um carnaval em cima de Maurinho e de Cris. É disparado o melhor jogador da equipe atleticana. Não fez gols, mas quem reduz o futebol ao gol é um idiota fundamental. Sinceramente, aposto que a torcida alvinegra volta a xingar tanto o Tucho quanto o Alex Mineiro já na 4ª feira contra o time de pedreiros e vendedores de coco da Catuense. Aliás, acho (e torço muito para que aconteça) que o júbilo atleticano acaba neste jogo de quarta-feira.

Bola pra frente. Que não se mencione mais nenhuma vez o nome de Rivaldo. Devia ir fazer dupla com o Carlos Valderrama num desses Metro Stars/Yokohamas da vida. Esperamos que time entre nos eixos, baixada a "poeira levantada". A longo prazo, o jogo valeu muito pouco, ou quase nada. Muito provavelmente voltaremos a enfrentar o Galo mais duas vezes, só pelo Campeonato Mineiro.

Agora é com você Gusmão!

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