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Monday, January 31, 2005

FIM DE PARTIDA
Lesser

Acompanhar o América é, na melhor das hipóteses, algo como ler um livro de Samuel Beckett.

Os personagens vivem uma vida de merda e, invariavelmente, decidem que o melhor que pode acontecer a eles é morrer.

Só que não conseguem.

Tentam e tentam suicidar-se, mas continuam vivendo, indefinidamente, num sofrimento infernal.

O América começa o ano de 2005 como terminou o de 2004: final da tabela, zona de rebaixamento.

Perdeu para o Ipatinga em casa e para o Vila no Castor Cifuentes.

Não consigo me lembrar da última vez em que não estávamos na zona de rebaixamento.

E é por isso que praticamente não escrevo mais nada neste carrinho.

Cobraram de mim uma nota triste em memória ao excelente volante Claudinei, que morreu no segundo semestre do ano passado, vítima de uma bala perdida.

A verdade é que, sob uma ótica perversa, Claudinei foi a única “parte” do time que conseguiu partir dessa para melhor.

Os outros que estão lá no Lanna Drummond, qual um bando de vacas em engorda, esperam que um Cruzeiro da vida os resolva contratar.

Sejamos honestos: qualquer coisa deve ser melhor do que jogar pelo América.

Qualquer coisa menos torcer pelo América, é claro.

Eristeu, fosse ele razoável, teria somado aos doze trabalhos de Hércules mais este.

“Deves torcer fanaticamente pelo time belo horizontino que tem por símbolo um coelho homossexual.”

Hércules, não tenho dúvida, teria falhado.

Vestir a camisa verde e preta, além de difícil, é ridículo.

É como desfilar de pantufas e melancia na cabeça nas passarelas da Fashion Week.

Tenho vergonha de sair de casa com a camisa do América e ser motivo de chacota.

Enfim, torcer para o América é ser órfão de pai vivo.

E, sendo assim, nada tenho a dizer de novo sobre o meu time.

Não voltarei a escrever aqui a menos que alguma coisa muito inusitada aconteça com o América.

Tipo empatar uma partida.

Friday, January 28, 2005

E O SANGUE VOLTA A FERVER
Billy


O Carrinho no Pescoço andou fraquejando, caindo nas sarjetas mais fedorentas de Beagá, pálido, entregue às bebidas foscas e amargas e às drogas de origem duvidosa. Em alguns momentos mais críticos chegou a ser acordado pela lambida quente e “babenta” dos vira-latas pulguentos do lixão. Nem com tudo isso morreu. E não morrerá! O Carrinho é um tronco e não um mero galho.

E percebam vocês que não foi a falta de assunto que provocou a momentânea paralisia.
O Luxa foi pro Real Madrid, o que, na modesta opinião deste ornitorrinco que vos escreve, implicará na formação de um dos maiores esquadrões de futebol já vistos na história. Teve a Copa São Paulo de Juniores e seu nível técnico patológico. Ruim mesmo. E houve ainda o previsível tropeço do time do Levir Culpi no fim do ano passado, para a alegria do nosso amigo Coxa Branca. O América caiu pra Terceira e o Galo quase caiu pra segunda.

Enfim, foi mesmo a safadeza que nos afastou dos comentários pretensiosamente engraçadinhos de sempre.

Mas com o retorno da temporada boleira, o sangue vai voltar a ferver.

Falemos de futebol. Falemos do Cruzeiro, que busca o Tri Campeonato Mineiro e o Penta da Copa do Brasil. Não acho que seja sonhar alto, já que os times que disputarão a Libertadores estão de fora do certame.

Quanto às contratações azuladas, entendo que Athirson, Jean e a iminente saída de Jussiê – principalmente essa última - vão ser de grande valia. Aposto também em Marabá, que veio do Internacional. Principalmente porque Maldonado estará de saída em breve. E o franzino Wagner, ex-América, que já havia se reunido às fileiras cruzeirenses no final do ano passado, continua sendo minha maior esperança. É um armador rápido e lúcido.

Já antecipo que, a despeito de presente no Magalhães Pinto, não escreverei nada oficial sobre a estréia contra o Democrata-SL. E nem sobre a maioria dos jogos do "Ruralito". Mas nos comentários haverá o já tradicional debate pós jogo.

Vida longa ao nosso Carrinho! E que 2005 seja melhor para o Cruzeiro do que foi 2004.

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