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Thursday, July 29, 2004

O Leão caiu. E tomara que tenha se machucado na queda.

Tuesday, July 27, 2004

Ser ou não ser...
Thales 
  
Senhoras e senhores, a situação é periclitante. O time do Atlético definha a cada rodada que passa.

Envergonha-me confessar que, no início do certame, cheguei a acreditar que o time faria um papel não-ridículo no decorrer da competição. Explico a razão de minha fé, minto, não sei a razão de tamanho delírio.

No futebol brasileiro, assim como no boxe, sempre aposto minhas fichas no mais feio. Antes que me perguntem, "no que apresenta um desempenho menos estético?". Não! Acredito no fisicamente mais repugnante, no que mete mais medo. Naquele que, durante a puberdade, não praticou sexo senão sozinho. Enfim, quanto mais desagradável aos olhos o sujeito é, melhor desportista será. Exemplos não faltam, só na letra R tem, Ronaldo, Romário, Rivelino, Reinaldo, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho, pra não dizer Tostão, Dirceu Lopes, Ademir da Guia, Garrincha e tantos outros. Bem verdade que o Brasil teve grandes jogadores não tão feios, a safra de 82 por exemplo, a maioria deles não faria triste figura num salão de gafieira, penso que por isso mesmo perdeu, faltou quem assustasse.

Seguindo essa linha de raciocínio, achei que o Atlético tinha tudo para fazer um campeonato razoável. Sem dúvida estamos entre os 5 mais feios do campeonato. O meio campo conta com, Zé Luis, Márcio Araújo, Renato e Djair (e um deles ainda começa com a letra R), a exceção do goleiro Égua Maluca, todos os demais jogadores são dignos de estudos antropológicos comparativos. Havia ainda um hermafrodita caindo pelas pontas, "dessa vez a gente leva!", pensei, mas logo sacaram o Wagner do time e o substituíram por Quirino, não me aborreci com a troca, muito antes pelo contrário, fiquei ainda mais esperançoso, Quirino é de uma semelhança ímpar com Slot, o Elesbão do filme Goonies.

Enganei-me de sobremaneira, feiúra e burrice são duas coisas distintas, e não raro andam de braços dados pelos gramados da vida.


 Agora, resta-me apenas rezar pro Picerni conseguir retocar a maquiagem desse time.



Monday, July 26, 2004

FUTEBOL DO FIM DE SEMANA. EM DOIS TEMPOS, COM PRORROGAÇÃO
Billy
 
1º Tempo. E o Brasil venceu a Copa América. É verdade que não venceu (também não perdeu!) nem o Uruguai e nem a Argentina, seus mais tradicionais rivais, mas foi o campeão. Aliás, não jogou bem contra Uruguai e Argentina, mas não chego a pensar que tenha sido injusto o título. Afinal, disputa de pênaltis não é loteria como afirmam os idiotas fundamentais. É competência mesmo. Basta ver a penalidade que o tal do Heinze bateu pra confirmar o que eu digo. Até D´Alessandro, um talento nato, desperdiçou a cobrança esbanjando displicência. Daqui a poucos anos, quase ninguém se lembrará dos detalhes, permanecendo nos livros somente quem foi o campeão.

Não chega a ser uma zebra a vitória brasileira, país abençoado por Deus onde os craques brotam em árvores. Claro que a sorte andou do lado brasileiro, isso é indiscutível. Tanto na final como na semi-final. Ontem, os dois gols brasileiros foram nos acréscimos do 1º e do 2º tempo. A Argentina foi superior o jogo inteiro, forçando Júlio César a ser o melhor em campo. E tinha a vitória na mão.

Mas parafraseando o popular, o jogo só acaba quando termina. Espero que sirva de lição para Argentina. E que me perdoem os outros, que, como sempre, torciam pelos platinos: é muito engraçado ler o Olé quando a Argentina perde. Nem na derrota descem do pedestal.

2º Tempo. Sábado fui ao Mineirão ver o Cruzeiro perder para o São Caetano. O time jogou muito mal e a torcida anda revoltada com o Sr. Leão. Confesso que após o jogo, levemente embriagado, e tomado pela emoção, eu estava puto também. Cheguei até a expor minha opinião pro Thales. Mudei de opinião. Acho que o sujeito merece um tempo. Luxemburgo também teve um começo difícil em 2002 no Cruzeiro e acabou vencendo tudo no paradisíaco ano de 2003. Mas concordo com a insatisfação do torcedor que tem de agüentar o Leão escalando o Jussiê, e colocando o Lima no time. Tempo ao tempo, amigos!

Prorrogação. Domingo de manhã, fui com o Elói ao Independência assistir a final da Taça BH de Futebol Júnior, entre Cruzeiro e Fluminense. Os jovens jogadores já se acostumam com a rotina de títulos desde cedo e Cruzeiro venceu por dois tentos a um. Destaques para o 10 e o 18, que agora sei que se chamam Tadeu e Davi, respectivamente. Destaque também para o 19, que até agora não sei o nome.

Tuesday, July 06, 2004

Vou Festejar
Thales

Aplaudi entusiasticamente o sucesso grego na Euro 2004.

E ainda fui obrigado a ouvir, "esse resultado será péssimo para o futebol", péssimo para o futebol foi o sucesso da França na Copa de 98. Campeã derrotando o fraco time paraguaio na prorrogação, a Itália nos pênaltis e a Croácia por um suado, e por que não dizer, milagroso 2x1 nos instantes derradeiros da contenda. Muito me espanta a consagração do futebol medíocre de uma das mais tradicionais escolas do futebol mundial. À Grécia os louros da vitória.

Mas esse tema já foi mais que explorado no post abaixo, o motivo que me leva a escrever estas mal traçadas é outro.

Ao contrário da esmagadora maioria dos amantes do bom futebol, eu sou a favor das invasões de campo (desde que não se traduzam em atos físicos de violência). Quem me dera se, no meio de um Atlético e Corinthians (ou qualquer outra pelada de igual proporção), um sujeito se dispusesse a atravessar o revaldo correndo como veio ao mundo. A cena pitoresca já valeria o ingresso por si só. Tenho viva na lembrança a imagem do torcedor flamenguista (posteriormente assassinado), que invade o campo com a camisa rubro-negra na mão e suplica por um pouco de empenho e dignidade por parte dos jogadores, o sublime momento do desespero e da frustração incontida, um espetáculo comovente, senhoras e senhores. Ontem o "happening" se repetiu, faltando cinco minutos para o fim da partida, um torcedor do Barcelona corre até Figo e atira-lhe a bandeira do clube de coração na cara, nada mais mesquinho, rancoroso e vingativo, e por isso mesmo humano e digno de ovação, que essa demonstração. "Vou festajar o seu sofrer, o seu penar / você pagou com traição, a quem sempre lhe deu a mão". Depois disso, o anônimo torcedor ainda driblou um segurança e ganhou na corrida de outros três até sair para o abraço final com as redes do gol grego.

Figo não só perdia a Euro 2004, mas também era carmicamente humilhado perante 60 mil espectadores, que aprenda a nunca mais brincar com as forças ocultas e com a cólera férrica dos Deuses do futebol.

Monday, July 05, 2004

SURPRESA TEM LIMITE

Caso o América vencesse ontem o Brasiliense, atual líder da Série B, no Distrito Federal, eu me certificaria de que toda a bizarrice futebolística da última semana não foi mais do que o resultado de uma pitoresca conjunção de astros e constelações (ou qualquer outra baboseira do gênero) empenhada no favorecimento dos mais fracos.

O Coelho, porém, tomou outra sapatada; mais um 3 a 0 cuja única justificativa mora na cabeça gagá de Carlos Alberto Silva.

Provavelmente, o técnico do América disse, numa entrevista depois do jogo de ontem, que foi “a melhor atuação do time até agora na competição”.

É triste é constatar que o América, diferentemente do Santo André, do Oncecaldas ou do selecionado grego, não é um time “emergente”. A única característica que compartilha com essas equipes é a imensa descrença que todos depositam nele.

De resto, o América é um time decadente que, porquanto tenha até uma entrada no Guinness Book por suas gloriosas conquistas em eras priscas, está fadado ao desaparecimento.

Sendo assim, não falemos do América. Temos assunto melhor.

Ontem, por exemplo, a Grécia sagrou-se campeã européia, e já escuto ao longe as mesmas discussões acerca do "merecimento".

Sou da opinião que a Grécia mereceu. Retificando: tenho CERTEZA disso.

É inegável a aplicação tática dos jogadores gregos. Trata-se de um time que, simplesmente, não toma gol. Tomou um de Portugal, logo no início da competição, mas isso quando já ganhava de 2 a 0. Tomou outros dois da Rússia, quando já estava classificada para as quartas de final. Depois, não tomou mais.

Em toda a Euro, a Grécia tomou o mesmo número de gols que o América ou o Cruzeiro tomaram ontem de Brasiliense e Coritiba, respectivamente.

Engana-se, no entanto, quem acha que o selecionado grego é apenas um time defensivo. A qualidade técnica de alguns de seus jogadores de meio e ataque é inegável. Contra a França, o gol da vitória grega foi precedido de um belo chapéu na ponta direita. Ontem, contra os portugueses, uma enfiada de letra na boca da área quase calou toda a vasta área vermelha do Estádio da Luz.

Não bastasse isso, o selecionado grego é objetivo. Está aí a sua principal qualidade. Enquanto Cristiano Ronaldo dribla sete para acabar sozinho e cercado do lado da bandeira do córner, Charisteas e os seus companheiros sabem que um escanteio conseguido da forma mais esdrúxula possível pode definir uma partida de futebol.

Não é basquete, é futebol, e as chances de gol não influem no resultado de uma partida. Posse de bola – explica Otto para Parreira – não resolve o problema de um time.

Mas eis que o cerne da discussão, como sempre aqui no Brasil, volta para a velha questão: futebol eficiente ou futebol arte?

Para muitos times, não existem estas duas opções.

É o caso da Grécia ou do Oncecaldas. Não há como comparar o escrete francês com o escrete grego do ponto de vista técnico ou criativo, da mesma forma que não dá pra comparar Santos com Oncecaldas. Se qualquer pessoa normal estivesse no comando da seleção grega, faria o óbvio: defender-se-ia com onze homens dentro do gol e tentaria beliscar gols em bolas paradas ou em cruzamentos.

Mesmo os times com capacidades técnicas excepcionais precisam tornar-se eficientes, e não há sobre isso exemplo mais incisivo do que a real decepção madrilenha na última temporada.

Diante da anarquia do futebol atual, nós, brasileiros, devemos parar de reclamar de barriga cheia.

Turquia, Coréia, Grécia, Senegal e outras seleções aparecem aqui e acolá, e muitas vezes tiram os grandes. O Brasil, contudo, levou seu selecionado à final das últimas três Copas do Mundo, das quais venceu duas.

Não existe maior prova de que a seleção brasileira sabe aliar técnica e eficiência, a despeito das críticas recorrentes aos esquemas e treinadores.

A Grécia nunca mais vai ganhar uma Eurocopa. O Oncecaldas nunca mais vai beliscar uma Libertadores da América. O Santo André jamais levará outra Copa do Brasil.

Por mais que o futebol mude, as surpresas costumam acontecer apenas uma vez.

A seleção brasileira não é uma surpresa.

E o América já foi, há uns 80 anos, e isso lança-me numa indescritível tristeza sobrenatural.

Uma singela homenagem à esquadra lusitana. Às armas.


Heróis do mar, nobre Povo,
Nação valente, imortal
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria, sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

Desfralda a invicta Bandeira,
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu
Beija o solo teu jucundo
O Oceano, a rugir d'amor,
E o teu braço vencedor
Deu mundos novos ao Mundo!

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal de ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte.

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

Thursday, July 01, 2004

CHAMUSCA
Billy

A vitória do Santo André, que os bairristas cariocas estão chamando de Maracanazzo, como se o time do Flamengo fosse uma seleção imbatível, foi um verdadeiro acerto de contas entre o "incorruptível" Carlos Eugênio Simon e o treinador Péricles Chamusca.

Para quem não lembra, aí vai o refresco.

Em 2002, o Brasiliense, treinado pelo mesmo Péricles Chamusca, que assim como o Santo André este ano, também havia eliminado o Galo da Copa do Brasil (hahahahahaha, eu não me canso!), chegou na final contra o Corinthians, ocasião em que foi solenemente garfado para que o Timão ficasse com o título e Parreira (treinador da indisfarçável preferência de Ricardo Teixeira) voltasse à seleção. O juiz era, obviamente, o "Robespierre do apito", o insubornável Carlos Eugênio Simon. Imaginem vocês se, ao invés de vencer o Brasiliense, o time de Parreira desse um vexame como o protagonizado pelo Flamengo ontem. Ficaria difícil o homem voltar ao posto de treinador da seleção.

Chamusca venceu a revanche contra Simon, riu por último e vai acabar arrumando um bom contrato com um clube tradicional do Brasil, largando o Santo André à mercê da própria sorte na Libertadores da América do ano que vem.

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