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Saturday, June 26, 2004

FRANQUIA
Lesser

E uma certa turba feminina de São Paulo – que gosta de cerveja e frango a passarinho embebido em óleo negro (como, aliás, todos nós) – abriu a primeira franquia do Carrinho fora dos limites brejeiros de nosso digníssimo Estado de São João.

Que doce novidade.

A única nota triste é que duas das moças são corinthianas e uma é flamenguista.

Neste Carrinho de cá, a regra da representatividade e das proporções exatas sempre foi cumprida à risca.

Nossa equipe tem, como sabem, um americano, um atleticano e um cruzeirense, uma vez que cada 33% da população mineira torce pra um dos gloriosos times supracitados.

Ainda que contrariados com o esquema de trabalho da filial, optamos pela razoabilidade. Sabemos das dificuldades envolvidas na contratação de uma torcedora da Inter de Limeira pra compor o blogue paulista.

E assim sendo, estamos intentando uma aproximação diplomática. Enviamos o menino Bomdia, nosso simpático representante jurídico, para discutir essas e ostras questões, e acertar os detalhes da concessão milionária.

Enquanto isso, pode ir visitando as representantes das multidões e não deixe de acompanhar “A Maravilhosa Saga de Osmar”.

Lá, no Carrinho de Supermercado.

Friday, June 25, 2004

Au revoir!
Billy

É o fim da mística! Que Zidane é o maior jogador do mundo em sua geração, poucos discordam. Todavia, os ciclos se encerram. Com Romário foi assim, com Maradona foi assim e com Zidane não é diferente.

A mística que garantiu a Copa do Mundo de 1998 e a Eurocopa de 2000 se desfez como fumaça, descolorida por fracassos retumbantes nas mesmas competições, já na edição posterior. Na Copa do Mundo de 2002, a seleção francesa foi eliminada sem marcar sequer um gol. Que se faça apenas a justa ressalva de que Zidane só jogou o último jogo, e mesmo machucado e visivelmente mancando, deu show de bola inesquecível. Uma luta solitária, ingrata e inglória.

Nesta Euro 2004 não foi diferente. Zidane fez bons jogos, marcou vários gols, mas a França foi eliminada pela zebra grega (nada de trocadilhos com o cavalo, pelo amor de Deus!) e ficou de fora da disputa do bi. Talvez o escrete francês não esteja à altura de seu maior ídolo.

Fica a esperança, ao menos para mim, amante do jogo bem jogado, que ele não pare de jogar antes de 2006. O mundo merece um pouco mais do grande Zizou que, seja como for, já está confortavel e merecidamente instalado na galeria onde já se encontram Pelé, Beckenbauer, Cruiff, Maradona, Garrincha, Romário, Platini, Zico, Eusébio, Puskas e tantos outros.

APRENDENDO FUTEBOL COM FELIPÃO

Foda-se o Figo.

Felipão preferiu deixar Deco em campo.

Isso mesmo, Deco, aquele brasileiro preguiçoso que decidiu se nacionalizar português em troca de duzentos gramas de bacalhau.

Deco, o comedor de torresmo que joga com uma máquina lava-roupas amarrada às canelas; o brasileiro que dá passes errados e que se desloca naquele trote lento que você sabe que não vai dar em lugar nenhum.

Felipão preferiu Deco.

O brasileiro Deco.

Mandou a pátria mãe à merda e tirou o Figo.

Colocou, no lugar dele, um rapaz do Benfica que ninguém nunca viu nem ouviu falar.

E o rapaz do Benfica fez o gol português aos 40 do segundo tempo.

Felipão está no comando.

E foda-se o Rui Costa.

Começa no banco e não reclama, obrigado.

Quando entra, até faz gol.

Mas perde o pênalti na hora que não pode.

Felipão não gosta disso.

Rui Costa vai continuar começando no banco.

E foda-se o Sven Goran Eriksson.

Duas vezes – uma na Copa de 2002 e uma ontem – comemorou um gol causado por falha hedionda da defesa e achou, levianamente, que ia levar.

Não levou.

E não vai levar.

É difícil.

É DIFÍCIL MESMO apostar contra Felipão.

Ainda que o instinto mais primordial de todos nós diga que não.

Que o futebol dele é o feio e o cacete.

Espanha e Inglaterra caíram pela mão do gaúcho.

A França vem vindo lá.

Se cair também, um abraço, meu amigo.

Apostar contra o Felipão é um contra-senso completo.

E se isso aqui não convencer, pode contratar um contador e perguntar pra ele.

Thursday, June 24, 2004

PASSADA GERAL
Billy

EUROCOPA - Portugal x Inglaterra, França x Grécia, Suécia x Holanda e Dinamarca x República Tcheca. São as semifinais da Eurocopa. Palpites? Tenho os meus e vou torná-los públicos, já que são os resultados que me ajudarão a vencer o bolão.

A equipe de Felipão vence por 2x1. O fator casa vai ser decisivo. Zidane e Cia. não terão muito trabalho para fazer 2x0 na Grécia. Os outros dois jogos são ainda mais imprevisíveis, mas acredito que a tradição da Holanda vai ser determinante: 2x1 sobre a Suécia. E um empate no tempo normal em 2x2, levará Dinamarca e República Tcheca para os pênaltis. Sorensen vai garantir a classificação dinamarquesa.

LIBERTADORES - O Once Caldas empatou com o Boca em La Bombonera. Um time que eliminou o São Paulo e o Santos da Libertadores tem a minha torcida. Com certeza.

COPA DO BRASIL – O Santo André empatou com o Flamengo por 2x2. Um time que eliminou o Galo e o Palmeiras (entre outros) tem a minha torcida. Com certeza.

Monday, June 14, 2004

Primeiras notas da EUROCOPA
Billy

Grécia bate Portugal na estréia, 2x1. A batata do Felipão assa devagarinho. Claro que ainda não tem nada perdido, mas Portugal ainda vai enfrentar a Espanha. Sinceramente, acho que o estilo de treinar do Scolari só dá certo no Brasil, ainda mais se considerando que hoje em dia ele fica todo comportado no banco. Não grita, não xinga, não joga o boné no chão. Sou da opinião que o Felipão light não vai dar conta do recado.

Zidane foi genial mais uma vez e garantiu uma virada histórica da França contra a Inglaterra. Os azuis perdiam até os 45 minutos do segundo tempo. Ao passo em que Beckham perdeu uma penalidade que poderia ter definido o jogo, Zizou foi mais eficiente e matou os ingleses. Virada como essa, tão em cima da hora, só me lembro da final da Liga dos Campeões entre Manchester United e Bayer de Munique. E não teve um Zidane para abrilhantar a decisão.

Sorensen, o guarda redes da Dinamarca mostrou-se, como já me havia dito o Renato, um senhor goleiro. Contra a Itália foi salvador e impediu a derrota da Dinamarca. Ao final do 1º tempo, o sujeito fez uma defesa impensável. Dessas que o goleiro não defende, mas BUSCA a bola que já havia passado. Como não poderia deixar de ser, mais um jogo da Itália acabou 0x0.

A grande surpresa até aqui foi a goleada desproporcional da Suécia sobre a Bulgária, por 5x0. Se uma vitória sueca não era de se espantar, o placar com certeza é.

Thursday, June 03, 2004

POR UMA VIDA MENOS ORDINÁRIA
Lesser

Na última hora e no trambique, como quase todo mundo, consegui meu ingresso pro jogo. Caiu no meu colo, mais ou menos na hora do almoço.

“Fulano está indo comprar ingresso pro jogo. Você quer?”

“Por quanto?”

“Pelo preço normal.”

“Que tipo de cambista vende o ingresso pelo preço normal?”

“Não é cambista. É um figurão da CBF.”

“Ah. Eu quero, óbvio. Pede dois pra mim.”


Às 16h, estavam os dois ingressos na minha mão.

Às 18h, eu estava na porta do estádio, empunhando uma cervejinha.

Todo o esquema montado pelo senhor governador esteve ótimo: trânsito tranqüilo pra chegar, bom policiamento, muito cocô de cavalo, catadores de latinha etc.

Não teve tumulto pra entrar nem pra sair, liberaram a venda de cerveja dentro do estádio e os tropeiros pareciam conservar as qualidades organolépticas habituais.

Em suma, a organização foi – ao menos para o torcedor que "conseguiu" ingresso – praticamente impecável.

Tinha tudo pra ser o jogo da minha vida.

Mas não.

Todos os meus piores pesadelos, prenunciados no treino do dia anterior, materializaram-se depois de quinze minutos de partida.

O que se viu no Mineirão ontem não foi um clássico mundial. Foi um duelo imaginário entre duas torcidas em cujos miolos não há espaço pra mais nada que não seja Atlético ou Cruzeiro.

Depois de comemorar comedidamente o primeiro gol, todos se sentaram quietos, esqueceram do jogo que tinham à frente e conservaram a extensão de suas cordas vocais para expressar adoração por times que não estavam no gramado.

Os argentinos presentes no estádio, por sua vez, pareceram animar-se depois de sofrer o primeiro tento, e gritaram mais. Eram poucos, pouquíssimos, e não dava pra escutá-los bem. Mas como gritavam.

(Aliás, neste sentido discordo do Thales, que diz que em jogos entre seleções não se torce. Fosse ele argentino, uruguaio ou nigeriano e teria uma opinião diferente.)

Eis então o que aconteceu: como não sou doente, nem cruzeirense, nem atleticano, fiquei deslocado na arquibancada e comecei a torcer para os milongueiros. Comecei a torcer fanaticamente pelo fracasso do time de amarelo e pela decepção última e inapelável da torcida do time de amarelo.

Infelizmente, porém, não teve jeito. Em três arrancadas mortais, o gordo mais rápido do planeta sofreu três faltas dentro da área. Converteu ele mesmo os pênaltis e mais um, que o juiz mandou voltar. E com um pequeno detalhe: usava a fatídica camisa amarela.

Eis o problema do bom futebol: a fatídica camisa amarela.

Não apenas pela estética, mas – e principalmente – pelo que representa. Que me desculpem os amigos com opinião contrária, mas torcer para o Brasil infelizmente implica fazer parte de uma turba de capiaus que, diante do banquete ambrosíaco de um Brasil e Argentina, só consegue pensar no angu ordinário de um Atlético e Cruzeiro.

MIUDEZAS DO GRANDE JOGO
Thales

Quem foi ao Mineirão ontem pôde acompanhar um bom espetáculo de futebol, com todos ingredientes de um grande jogo.

Não vou entrar em detalhes do jogo, tenho a dizer somente que a Argentina foi superior em todos os fundamentos, exceto no mais importante, a finalização. Poderia ter definido o jogo na primeira etapa, como não o fez, o Brasil voltou melhor depois do intervalo e decidiu a peleja.

Alguns aspectos me chamaram a atenção, o primeiro deles foi a ruindade de Roque Júnior, esse rapaz, sem exageros, disputaria a posição com André Luiz e Gaúcho. Após o treino da seleção, Ronaldo, Roberto Carlos, Luís Fabiano, Adriano e Alex treinavam chutes a gol enquanto o resto da equipe brincava com a bola aos pares; exceto por Roque Júnior, que do outro lado do gramado, com a ajuda de um membro da comissão técnica, treinava separadamente os fundamentos do esporte bretão, domínio de bola, passes e etc, tudo em vão.

Confesso que perdi o primeiro minuto de partida, assim que a bola rolou iniciou-se uma confusão atrás de mim, como bom brasileiro que sou parei pra ver a balbúrdia, policiais no ajuntamento, muita gritaria, empurra-empurra, e o motivo da briga, acreditem ou não senhoras e senhores, uma briga de casal. Nunca, em toda minha modesta existência, achei que iria presenciar isso durante uma partida entre Brasil e Argentina. Durante o maior clássico do futebol sulamericano, quiçá mundial, uma rusga entre uma histérica e um idiota fundamental. Como pode isso acontecer? Sei que ambos eram indignos de estar no mesmo espaço que eu.

A torcida foi um caso a parte, primeiro que em jogos entre seleções não se torce, aprecia-se o espetáculo, talvez por isso mesmo a torcida pouco tenha apoiado o time. No máximo o que se ouvia eram gritos de "Brasil, pananam, Brasil, pananam, Brasil, pananam", concordo com o Renato, parecia mais um bando de japoneses torcendo. Ainda sobre a questão da falta de incentivo, acho bestial o fato do sujeito vaiar a escalação, um verdadeiro absurdo, são aqueles ali que vão entrar em campo, não tem mais jeito, que pelo menos incentivem o cidadão.

A presença do público também foi ridícula, 40 mil pessoas é público de quartas de final da Copa do Brasil, não de um jogo dessa envergadura, por vezes podia-se ouvir o barulho da bola sendo chutada. Acho curioso a FIFA não permitir determinados jogos em estádios cuja capacidade mínima não atinja 30 mil espectadores, e ao mesmo tempo limitar os ingressos para Brasil e Argentina a 40 mil lugares.

E por fim o hino do Atlético entoado por um coro de vozes, como atleticano devo confessar que foi o cúmulo do espírito de porco. Eu, que torcia para Argentina, fiquei indignado e envergonhado com a situação, será que o sujeito não pode abstrair 90 minutos de sua condição de atleticano por uma causa circunstancialmente maior? Algum desses infelizes, ao assistir o jogo de domingo entre Brasil e Chile vai estacar diante da tv e começar a cantar o hino do galo? É por isso que o Brasil não jogou aqui durante 10 anos e é por isso que deveria passar outros 10 sem jogar, que joguem em Maceió, Recife ou qualquer outro lugar em que a pobreza de espírito não seja a tônica dominante. E o idiota que cantava o hino do galo, certamente era o mesmo que vaiou Sorín e xingou o cruzeirense ao lado, que aplaudia o lateral argentino, com o argumento de, "Tomá no cu ou, é o Brasil". Patético o comportamento da torcida atleticana. Coisa de índio.

No mais foram 30 reais muito bem empregados. Se tivesse sido 150, também o seria.

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