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Monday, August 30, 2004

CRUZEIRO 4 X 4 SANTOS
Billy

Foi um dia santo, não há dúvidas. O que se viu no Magalhães Pinto foi simplesmente inacreditável, amigos. De fazer machão dançar e homem feito sentar e chorar.

O Cruzeiro vinha sendo massacrado até os 20 minutos do segundo tempo. Perdia por um fatal e inquestionável 4x1, tinha um jogador a menos e demonstrava inequívoco abatimento. O poderoso Santos de Luxemburgo, por seu turno, jogava fácil e desperdiçava seguidas oportunidades. Robinho comandava com estilo a vitória santista, auxiliado de perto por Ricardinho, Deivid e Elano. E a torcida azul, ou o que restou dela, estava atolada no mais brutal desânimo. Nem mesmo Maomé, o Profeta, arriscaria prever uma reação cruzeirense. O cenário era realmente desanimador.

Mas os Deuses do futebol (ah! esses velhinhos!) me permitiram (a mim e aos verdadeiros torcedores que não foram embora no meio do jogo) presenciar uma ressurreição bíblica em pleno Mineirão. A saga de Jesus Cristo perdeu em exclusividade depois do jogo de ontem.

Os jogadores, antes fracos e combalidos, se puseram de pé e buscaram o empate heróico. Fred, o incansável, brigou até o final e foi premiado com dois gols. O gol de Wendell, cravado no peito do inimigo santista, neutralizou a nossa humilhação, deixando em seu lugar a glória dos quase-mas-não-derrotados. Igual Bom Ar em banheiro fedido! A força do adversário só engrandece o feito homérico.

O jogo vai certamente para a história como uma das maiores reações que o Cruzeiro já proporcionou. Eu, satisfeito por ter completamente ignorado o pessimista que me agarrando pelo braço, chamou a ir embora, nunca me esquecerei do jogo. E saí do estádio com a certeza de gostar muito mais do futebol do que quando cheguei.

Friday, August 27, 2004


GENÉRICAS
Billy

Enquanto o nosso Carrinho no Pescoço vai vegetando, aliás, como as equipas mineiras, eu recomendo a quem gosta do belo futebol o seguinte fillminho
http://pm16ar.free.fr/Polo1006_Zidane_vs_Ronnie.wmv. É de sentar no meio fio e chorar. Se clicar no link acima, o arquivo abre direto da página. Se preferir fazer o download (se você tem conexão em banda larga, eu recomendo severamente!), é só entrar em http://pm16ar.free.fr, clicar com o botão direito no quarto título da lista, "salvar detino como...", esperar a transação e pronto. Grandes momentos de Zidane e de Ronaldinho Gaúcho. E o melhor de tudo é que não fica mostrando só gols, mas também lances geniais longe das balizas. Só posso agradecer ao Sr. Gustavo Nogueira pela sugestão, que eu agora repasso aos amigos.

E já que falei de Zidane e Ronaldinho Gaúcho, a título de informação, seguem os grupos da Champions League, sorteados esta semana. Os desocupados de plantão poderão assitir os jogos ao vivo. Terei que me contentar com os VTs à noite.

GRUPO A: Deportivo La Coruña (ESP), Liverpool (ING), Mónaco (FRA), Olympiakos (GRE);

GRUPO B: Real Madrid (ESP), Roma (ITA), Bayer Leverkusen (ALE), Dinamo Kiev (UCR);

GRUPO C: Bayern Munique (ALE), Juventus (ITA), Ajax (HOL), Maccabi (ISR);

GRUPO D: Manchester United (ING), Lyon (FRA), Sparta de Praga (CHE), Fenerbahçe (TUR);

GRUPO E: Arsenal (ING), Panathinaikos (GRE), PSV Eindhoven (HOL), Rosenborg (DIN);

GRUPO F: Barcelona (ESP), AC Milan (ITA), Celtic Glasgow (ESC), Shaktior (UCR);

GRUPO G: Valência (ESP), Inter de Milão (ITA), Anderlecht (BEL), Werder Bremen (ALE);

GRUPO H: Porto (POR), Chelsea (ING), Paris Saint Germain (FRA), CSKA de Moscou (RUS);

Como cruzeirense de carteirinha, torço para que o Fenerbahçe faça um bom papel e se classifique no grupo D. Sei que é difícil, mas acho que dá pra brigar, principalmente se Alex estiver bem inspirado e bem acompanhado. A equipe estréia em casa no dia 15 de setembro contra o Sparta de Praga.

Com a volta da Champions League e dos campeonatos nacionais da Europa, espero que os bons textos voltem ao ar aqui no carrinho. As Olimpíadas não deram assunto suficiente.

Monday, August 09, 2004

A GENTE NÃO QUER SÓ COMIDA. A GENTE QUER COMIDA, DIVERSÃO, BALÉ
Lesser


Faz exatamente um ano que, ao ver o América ser massacrado pelo Santa Cruz em casa, enviei uma carta à Diretoria do Clube sugerindo medidas enérgicas que garantissem ao torcedor pelo menos um pouco de diversão.

Desde então, não fui a nenhum outro jogo, até que, na sexta passada, resolvi assistir à deslumbrante partida envolvendo o Coelhão e o time paulista do Marília, no Estádio Independência.

Ainda que tenhamos tomado outra histórica talagada em nosso próprio relvado, devo admitir que não faço qualquer objeção à nova forma de administração adotada pela Diretoria, cujo novo bordão parece ser: “foda-se o futebol, a diversão vem em primeiro lugar”.

Trata-se de uma decisão acertadíssima. Nós, americanos, já não ligamos mais para vitórias ou derrotas, contanto que os dez reais que pagamos pelo ingresso sejam compensados de alguma outra forma.

Foi o que aconteceu na sexta-feira. Juro que me diverti mais assistindo à partida do que andando na montanha russa ou no carrinho de bate-bate no parque de diversões evangélico, o ItaPark, montado no estacionamento do Shopping Del Rey.

O Coelho-2004 é quase uma trupe mambembe.

Joílson, o lateral esquerdo, faz o papel do jejuador: magro, anêmico e sem energia, ou ele pensa ou ele corre. Impossível conjugar ambas as atividades.

O goleiro Laílson é o animador do espetáculo: quando o time está perdendo, é ele quem tenta motivar os companheiros. Vendo a bola seguir em direção à própria linha de fundo, faz as vezes do apressado e tropeça nas próprias canelas. Desequilibrado, cai sentado e coloca a mão na bola fora da área, ao que o juiz faz vista grossa, pois não quer estragar o espetáculo. Finalmente, envergonhado, concede o escanteio e corre de volta para o gol olhando para o lado oposto, como se não fosse com ele.

Um outro ponto forte da equipe é o grupo de malabaristas. Aos 20 minutos do segundo tempo, eles entraram em ação. Duas bolas foram jogadas simultaneamente em campo e, numa demonstração de rara habilidade, alguns jogadores trocaram passes ágeis durante uns bons vinte segundos. Um deles – o ponta-direita Oséias – chegou a achar que ia fazer o gol, e corria decidido rumo à meta adversária, sem entender por que os zagueiros rivais o concediam tamanha liberdade.

Isso tudo sem falar no atendimento nas arquibancadas. Ofereceram-me pipocas vinte vezes ao longo da partida e eu já não agüentava mais dizer “não, obrigado, não quero pipoca.” Sem dúvida, isto se deveu à presença maciça de torcedores no campo (exatos 1958 corajosos), o que exigiu o emprego de um número maior de vendedores para que todos os dignos torcedores tivessem a grande fome eterna devidamente contemplada.

Fico feliz em saber que estamos no caminho certo: lá embaixo na tabela, porém com sorrisos largos estampados na fuça. Os espectadores têm aderido à nova forma de apreciar o futebol. Cientes do teto salarial de 5 mil reais, começaram a chamar os jogadores de mercenários e a gritar os “olés” mais carinhosos que já escutei enquanto o Marília tocava a bola.

Encerrado o jogo, tive privilégio de ver algumas faixas sendo retiradas pelos respectivos proprietários. Dentre elas, posso citar a que dizia “obrigado, América, simplesmente por existir” e uma outra, mais espirituosa e espiritualista ainda, da “Seita Verde: com o América até o além”.

Amém.

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