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Monday, May 31, 2004

FUI COMER BOLINHO DE FEIJÃO ou INVASÃO DE COMPETÊNCIA ou SEM COMENTÁRIOS
Billy



Domingo, 10 horas da manhã. Hora dos boêmios de carteirinha estarem acabados em cima de uma cama. A regra vale para quase todos. Há, todavia, um determinado tipo de fanático que é capaz de superar tudo, até uma ressaca abominável em nome da paixão.

Que me perdoe Mr. Lesser, pelo texto, mas invadi a área de sua competência e fui com o Elói ao Independência ver América x Sport Recife. Aproveitei e comi, como café da manhã, o tradicional bolinho de feijão. Quero salientar que o mencionado horário é fantástico. Simplesmente fantástico. Deveria ser implantado também para a Série A. É ótimo sair do Estádio e ainda ter o domingo inteiro pela frente.

O jogo foi bem emocionante, disputado, com quatro gols (2x2). Mas a coisa toda somente se tornou especial quando percebi, já aos 10-15 min. do 1º tempo, que Cleisson (além do goleiro Maiz(s)ena, o meia Hélcio e o atacante Robson, vulgo Robgol) joga pelo Sport. Odeio o Cleisson! Reputo-o um mau caráter, desleal, violento e o que é pior, péssimo jogador. E comecei a me divertir horrores vaiando o rapaz e vendo a torcida alviverde também fazê-lo. O grande lance da partida foi um chapéu genial que Walter Minhoca (muito bom jogador, por sinal) aplicou no Cleisson, para o meu deleite e de todos os americanos presentes. Confesso que sempre sinto uma ponta de prazer ao ver o Cleisson jogando por outro time. É a certeza de que ele não é mais do Cruzeiro.

A propósito, e o Cruzeiro? Pode me perguntar o incauto amigo. Esse é para justificar a última parte do título: sem comentários!

Thursday, May 27, 2004

ARGENTINA VA A SALIR CAMPEÓN!!! ARGENTINA VA A SALIR CAMPEÓN!!!
Thales

Dia 25 de Maio, diário de um detento...

Sou um doente por futebol, e terça-feira paguei meu preço por isso.

Há alguns dias começaram as lendas sobre os cobiçados ingressos para o jogo Argentina x Brasil. "Só tem 44 mil". "As vendas pela internet já foram encerradas". "Vai ter de estudante". "Não vai ter de estudante". "Pra alguns ingressos vai ter de estudante". "Fulano arruma ingresso". Esses tipos de comentário só servem pra aumentar o frisson e a angústia de milhares de condenados cujo único crime (ou mandamento) é amar o futebol sobre todas as coisas.

A venda dos ingressos começaria às 9 da manhã de terça-feira. Em princípio tinha pensado em ir para fila às 4 da manhã. Já tinha combinado com o Bomdia (que, diga-se de passagem, amarelou posteriormente). Eis que o Elói me liga afoito no meio da tarde de segunda.
- Você vai pra fila?
- Quase certo que sim.
- Beleza, se você for me dá o toque.
- Combinado, te ligo hoje à noite.

Por volta das 11, quando ia entrando na garagem, vejo um carro parado na porta do meu prédio buzinando e piscando os faróis compulsivamente. Vou lá fora ver o que é e encontro o Billy desesperado.
- Fodeu, cara, na sede do galo tá impossível. Só malaco, sem condições, segurança pra lá de precária.
- E como tá?
- Cheio pra caralho.
- E no Minas?
- Tem um bocado de gente. Mas tem mais gente de família.
- Muito cheio?
- Tem muita gente.
- Beleza. Só trocar de roupa, pegar uns mantimentos, dar dois telefonemas e já volto aí.

- Elói?
- Fala.
- De pé?
- De pé.
- Bora?
- Bora. Tá cheio pra caralho?
- Cheio pra caralho. Melhor ir agora.
- Tô chegando em casa. Passa lá, a gente fuma um e vai.
- Beleza.

Num último momento ainda conseguimos a companhia do Metade, mais um irmão de sofrimento.

Juntamos os mantimentos, cigarros, bebidas, baralho, sacos de dormir, mais bebidas e cigarros.

Por volta da uma da manhã, passando em frente ao Minas, a fila já era de uma rua, meio quarteirão mais meio quarteirão. Haviam pessoas acampadas em barracas, mesas, cadeiras, o escambau.

Ancoramos.

Devo dizer que ficar nessas filas monstruosas até um determinado horário é muito divertido, é como acampar na rua, pacote super tupã - "Sua Noite de Mendigo".

A fila tem vida própria. É uma entidade autônoma. Tudo é distração. Os personagens da fila - o cara que é profissional da coisa, o sujeito que vende rifa de motel, o pessoal do truco e por aí vai. O entretenimento barato - no começo, assim que nos alojamos, eu ouvia uns gritos vindos lá da esquina e pensava, "Puta merda, já começou a confusão, isso é briga" depois fui percebendo que sempre que se ouvia os gritos uma mulher vinha descendo a rua. Então percebi que gritar para as transeuntes era um desses divertimentos baratos, "Ô gostosa!!!", "Feia pra caralho, ô ôôô!!!", "Tesão, passa mão!", e sempre era um coro de vozes masculinas bradando hormônios. Outro divertimento era gritar nonsenses ou grunhir em voz alta, "A fila aê, a fila aê!", "Ou ou ou ou ou!", "Ei ei ei ei ei!", "jdsahfjasdh!". Mas o ponto alto da noite era quando algum mendigo se dispunha a virar 4 dedos de uma garrafa vodka, "Vira, vira, vira, vira!!! Aeeeeeeeê!!!", um bando de selvagens com um único objetivo em comum, comprar o maldito ingresso.

Lá na frente a fila tinha uma barriga enorme, desde o início tava assim, por isso mesmo eu imaginava que quando amanhecesse o dia eu seria empurrado vários metros para trás, quando a fila fosse se transformar numa autêntica fila indiana. Mas para o meu espanto isso não aconteceu, a fila começou a se movimentar pra frente, às 10 da manhã eu dobrei a esquina e entendi tudo, a fila havia se transformado numa enorme muvuca. O Paulo, que eu já havia encontrado na fila e disse ter chegado às 4 da manhã estava do meu lado. Comecei a ficar puto com a coisa.

Daí pra frente foi o caos. Condições desumanas.

Meio-dia a turba estava insandecida, "Ordem e progresso, cadê o meu ingresso?", a coisa não ia acabar bem. Mais tarde o Billy me confidenciou que conversou com um policial logo cedo e ele disse, "Isso daí vai dar confusão", agora eu pergunto, se o cidadão que lá estava para manter a ordem era de opinião que a coisa ia acabar mal, por que razão o maldito não fez algo pra evitar a confusão? Ele está lá não somente para coibir a desordem, mas antes para zelar pela ordem.

E de repente, do meu lado na muvuca, havia gente de banho tomado, dentes escovados e cabelo penteado, fiquei puto de vez.

Não sei bem como a coisa se passou. Me perdi dos dois comparsas, só sei que num dado momento havia duas filas e uma muvuca. Eu estava preso na muvuca. Então o Metade veio em meu socorro, "Vamos praquela fila, lá tá melhor", saímos da muvuca e fomos pra fila (nosso lugar de direito), foi quando fomos interceptados por um guarda que queria nos tocar dali, argumentamos com o sujeito que permanecia inflexível, fui argumentar com um sujeito de óculos escuros que parecia comandar a balbúrdia, num tom muito educado comecei a explicar o que havia acontecido, então ele resmungou qualquer coisa do tipo, "o cara falou tá falado", voltei a argumentar, foi quando ele fez um gesto com a mão para o cidadão que estava em cima do cavalo. Então o sujeito pôs o animal em movimento, a besta vinha em minha direção, fiquei parado até que comecei a sentir as fungadas do bicho, as narinas dilatadas exalando calor, os dentes rilhados e a cabeça movimentando-se para cima e para baixo, recuei, não havia nada que eu pudesse fazer, quando o indivíduo diz, "é isso, estou montado no meu argumento, qual o seu?", não resta nada a ser feito. A menos que eu tirasse um rinoceronte do bolso, eu estaria em franca desvantagem. Fomos expulsos da fila por uma estátua eqüestre.

Voltei pra casa. Meu mau-humor atingiu níveis assustadores. Minha única esperança era a de que o Elói tivesse conseguido comprar os ingressos, pois eu sabia que ele ia virar e dizer, "foda-se os que não dormiram na fila, o seu tá aí".

Pouco depois o Billy me liga.

- Tá em casa, cara?
- Tô. Puto da vida.
- Que aconteceu? Você tá bem? Conversei com o Paulo. Ele falou que da última vez que te viu na fila você e o Metade tavam correndo dum cavalo.
- Nem pergunta, Billy.
- Conseguiu comprar?
- Billy... sério mesmo...
- Quê?
- Claro que não, a gente tava fugindo do cavalo, cara. Caos total.
- Merda.
- Notícias do Elói?
- Não, ainda não.

Às 6 da tarde, Elói, o único sobrevivente, me liga.
- E aí?
- Meu ingresso, o seu, do Metade e do Billy estão na minha mão!
- Sério!? Te amo, cara, me lembra de te dar um beijo na testa quando eu te encontrar, fez meu dia valer a pena.
- Eu sei... Que aconteceu com vocês? Falei com o Metade que era pra te largar lá e depois a gente resolvia.
- Concordo, cada um por si, não há tempo para as baixas. Melhor dez ingressos do que cinco.
- Foda-se, o nosso tá garantido.
- Brigado, irmão, te devo uma.
- Thales, lembra o que a gente conversou?
- Lembro.
- Agora eu faço questão de ir pra torcida da Argentina - ambos torcemos contra o Brasil, porém tínhamos concordado em assistir ao jogo, calados, na torcida brasileira.
- Com certeza. Quero deixar clara minha posição quanto aos macaquitos eqüestres, vou me juntar aos hermanos. A Argentina pode até perder, mas eu faço questão de xingar esse país de merda a plenos pulmões.
- Esse é o espírito.

Meu tio tem contatos dentro do Atlético, antes de sair de casa minha mãe ainda perguntou, "Quer que ligue pra ele?", "Não, mãe, pode deixar, vou pra fila igual todo mundo, é assim que se faz as coisas", é o caralho, o que vale é a lei de Gérson, "o importante é levar vantagem". Depois ainda me perguntam porque eu torço pra Argentina.

ARGENTINA VA A SALIR CAMPEÓN!!! ARGENTINA VA A SALIR CAMPEÓN!!!

Tuesday, May 18, 2004

VAMOS ESGANAR AS CRIANCINHAS
Billy

Nelson Rodrigues tem uma crônica muito interessante sobre um jogo em que viu, de perto, um desses incautos torcedores vaiar Pelé e pedir sua cabeça. Concluía o cronista que, se é permitido vaiar Pelé, então cessam todos os valores morais. Podemos invadir os berçários e esganar todas as crianças.

Pois bem, amigos. Vi torcedores do Cruzeiro vaiarem o Alex no domingo, contra o Palmeiras. Vaiaram o Alex!! O melhor jogador em atividade no País, desde o ano passado. Um craque que, além de encantar até os rivais com lances geniais e decisivos, nos deu um Campeonato Brasileiro – que não foi só um título, mas um show de futebol-, foi o artilheiro do time. Até gol de letra em final de torneio ele fez. Em pleno Maracanã!! E é claro que Alex acabou fazendo o gol da suada vitória de domingo. Nem poderia ser diferente.

Alex merece muito mais que respeito da torcida e diretoria cruzeirenses. Alex merece uma estátua na Toca da Raposa. O rapaz nem precisava ter carro, deveria ser carregado nas costas por toda a cidade, além de não pagar por serviços, tais como bombeiro, eletricista, médico, advogado (eu não lhe cobraria um centavo).

O certo é que reputo inadmissível a vaia ao craque. Que se vaie a violência, a paz, volantes inoperantes, gandulas inescrupulosos (Gomes que o diga), presidentes metafóricos, presidentes intelectuais-com-cara-de-momento-histórico, escritores charlatões, motoristas embriagados, terroristas, pôneis, o time rival, trocadores mal humorados, chefes intolerantes, a mim, os gordos, engarrafamento, até as lhamas, mas nunca, nunca mesmo o craque. O craque deveria estar imune à vaia, protegido num altar intocável pelos apupos da plebe.

É falta de memória e falta de sensibilidade da torcida em perceber que aquele a quem se vaia hoje, fará MUITA falta amanhã.

Saturday, May 15, 2004

Mãos Dentro do Bolso
Thales


Madrugada de terça para quarta, e eu num porre hediondo com o Carlos Renato, um desses porres que desfavorecem o discernimento do certo e errado, creio que por isso mesmo o Renato tenha se virado pra mim em tom de desafio e disparado:

- E aí, doido, não anima de ir no Mineirão quinta-feira, não?
- Pô, Renato, eu até animo, uma boa oportunidade pra ver o tal do Alex de perto, que por sinal eu nunca vi, ao vivo, fazer uma boa partida, mas eu só vi uns 3 ou 4 jogos.
- Quinta você vai ver o talento azul em ação.

E fiquei dois dias nessa dúvida hamletiana, “vou ou não vou assistir ao jogo”? Certamente era uma boa oportunidade de ver Alex numa noite em que o Cruzeiro faria pelo menos 3 gols e daria um chocolate num time de menor expressão.

Na quinta o Renato me liga uma da tarde.

- E aí, Thales, tô com dois ingressos de estudante sobrando, você vai?
- Porra, Renato, tô acordando agora – porre de quarta pra quinta – sei lá, me dá uns 20 minutos que eu te ligo.

- Renato, eu vou com o Billy e o Elói. Combinado.
- Então me encontra em frente o portão 6 pra pegar o ingresso.

E lá vamos nós seguindo a avenida Catalão rumo ao gigante da Pampulha. Enquanto seguíamos o fluxo lento do congestionamento vou reparando numa coisa, o cruzeirense tem cara de cruzeirense, se você encontrasse na sexta, de terno e gravata, qualquer um dos que ontem vestiam azul, você não teria dificuldades em apontar e dizer, “eis um cruzeirense”, não tem como errar, e não quero dizer que tenha qualquer coisa de pejorativa na expressão do cruzeirense, mas apenas que há uma característica indelével, não sei se é o semblante, ou o tipo físico, ou sei lá. E eu, vestido de camisa preta, me vi no reflexo do vidro e pensei, “eu não sou um Smurf”, “sou pardo como todos os demais atleticanos, vou com semblante carregado pro campo”, eu não me misturo, “EU NÃO SOU ELES”.

Confesso que eu tinha dois interesses principais na partida de ontem (o resultado em si não me importava, pois estava convicto que o Cruzeiro sairia do Mineirão classificado), um era a participação de Alex, o outro era o comportamento da china azul. Alex continuou sem me emocionar (eu presente no estádio) (futebolisticamente falando), um bom lance logo no início do primeiro tempo em que ele dá dois chapéus e a bola é isolada pelo negão da zaga, há ainda um chute na trave (belíssimo, por sinal) e uma boa jogada se livrando de 2 marcadores e passando a bola prum Dudu ou Jussiê da vida desperdiçar a boa oportunidade. Apesar do futebol ridículo (confesso que parecia um jogo do Atlético, laterais inoperantes, falta de criatividade pelo meio, e um time necessitado da vitória que chuta 3 vezes ao gol) a torcida do Cruzeiro foi bastante tolerante, exceto por Wendell, e apoiou o time durante quase todo primeiro tempo, pra ser mais exato até o golaço de Moreno, uma pintura de gol, e eu, quietinho, torcendo para que o primeiro tempo acabasse no 0x0, coloco as mãos no bolso do casaco e cerro os punhos numa comemoração solitária e clandestina em meio aos 25000 cruzeirenses. Quando o time saiu vaiado no intervalo, quase vaiei também, mas pela expressão grave do Renato achei que se o fizesse ele ia gritar “Atleticano viado”.

O Cruzeiro melhorou no segundo tempo, mas ainda assim apresentou um futebol medíocre, fazendo dois gols em lances isolados, e poderia muito bem ter perdido a partida por 3x2, ou empatado em 3x3, sem dúvida não mereceu o resultado positivo. E por isso mesmo achei que venceria nos pênaltis. O segundo gol, aos 42, assisti impassível, mas quando vi os copos de cerveja voarem e o delírio dos torcedores, aplaudi constrangido, temendo por minha integridade física. Ora, ora, ora, mas o que seria do futebol sem os caprichos dos Deuses, o primeiro deles foi na cobrança de Alex (mãos dentro do casaco), a torcida parecia não acreditar, Dracena desperdiça mais um (mãos dentro do casaco), e vendo a tristeza estampada no rosto do Elói comentei em seu ouvido num misto de pena e compaixão pelo semelhante, “olha o Arthur levantando a torcida”, Arthur defende a terceira cobrança e o Elói me olha profundamente agradecido, mas eis que Dudu corre pra bola (mãos dentro do casaco) e após o terceiro gol do Deportivo (mãos dentro do casaco e um indisfarçável sorriso no canto da boca).

Como não sou cruzeirense e Alex não me deu um título do campeonato brasileiro, não tenho o menor pudor em apontar meu dedo e declará-lo culpado pela jornada infeliz, não chamou a responsabilidade quando necessário, mas isso é de menor importância, o fator decisivo foi a penalidade desperdiçada, que definitivamente abalou a confiança de todo time e decretou a derrota celeste.

Fui no Mineirão pra ver duas coisas, como já havia dito, e ficaram duas imagens marcantes, a primeira delas as vaias sonoras do segundo tempo; e a segunda, muito mais tocante, Alex, ajoelhado de cabeça baixa no círculo central após desperdiçar a cobrança do pênalti, triste retrato do que foi a equipe numa noite de infelicidade para 24999 presentes.

Wednesday, May 05, 2004

VALEU DARK ou SOBRE O MANÉ
Billy

O Dark me recomendou ler o texto abaixo num outro blogue aí. Li e achei sensacional. Trecho no original, do Eduardo Galeano, sobre o Mané. Reparem, por favor, no trecho em negrito. O livro "O Futebol ao Sol e à Sombra" tem tradução para português, mas, para fins de citação aqui, não teria tanta graça.

"Fue en 1958, en Italia. La selección de Brasil jugaba contra el club Fiorentina, camino del Mundial de Suecia.
Garrincha invadió el área, dejó sentado a un defensa y se sacó de encima a otro, y a otro. Cuando había iludido también al arquero, descubrió que había un jugador en la línea del gol: Garrincha hizo como que sí, hizo como que no, mintió que pateaba al ángulo y el pobrecito se estrelló de narices contra el palo. Entonces el guardameta volvió a molestar. Garrincha le pasó la pelota entre las piernas y se metió en el arco.
Después, con la pelota bajo el brazo, regressó lentamente a la cancha. Caminaba mirando al suelo, Chaplin en cámara lenta, como pidiendo disculpas por ese gol que puso de pie a toda la ciudad de Florencia
."
EDUARDO GALEANO, El Fútbol a Sol y Sombra.

Nada mais!


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