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Friday, April 29, 2005

ESSE É O CARA
Thales


Não gosto da seleção brasileira, não gosto do uniforme amarelo e odeio Ronaldo.

Mas amo Romário.

E não poderia deixar de dizer algumas palavras em ocasião de sua despedida da seleção canarinho.

Antes de mais nada, gostaria de elogiar a iniciativa de Parreira em convocar Romário e homenageá-lo com tão singelo gesto. Caso tenha sido uma manobra da Rede Globo para alavancar a audiência de um jogo ridículo contra a inexpressiva Guatemala, considerem desfeito o elogio a Parreira.

Romário foi, depois de Maradona, o melhor que vi jogar. Porém, não acompanhei tanto Maradona quanto Romário (assistia o calcio na época da Bandeirantes, mas o Napoli não estava na tv todos os domingos, e isso faz toda diferença, pois um jogador se faz não só pelos gols marcados, mas também pelos quase marcados, pelas belas jogadas, por dribles curtos e humilhantes na meia cancha ou na lateral do campo, por toques sutis e desconsertantes). Romário acompanhei de perto, recordo-me muito bem, uma flecha apontada em direção ao gol, prestes a disparar. O caminho mais curto entre dois pontos é uma reta, mas por vezes era Romário.

Acompanhei outro craque superlativo, Zinedine Zidane, mas quando o talento deste se desvelou para o mundo, ele já tinha seus 25 anos. E mesmo Maradona, que brilhou soberano de 86 à 90, teve problemas com drogas e interrompeu sua carreira diversas vezes depois disso, tantas quanto Ronaldo devido às cirurgias no joelho.

Enfim, nunca vi alguém ser "o cara" por tanto tempo quanto Romário. Desde o início no Vasco da Gama em meados da década de 80 (lembro-me até hoje da capa de uma Placar (86 ou 87) que anunciava os três mosqueteiros vascaínos, Giovani, Dunga e Romário), até o destaque no PSV, a conquista da Copa América de 89 e a consagração definitiva no Barcelona. Em minha modesta opinião, a conquista do mundial de 94 foi um mero detalhe, e explico, Romário ganhou a Copa sozinho para o Brasil, fato, mas não fez nenhum belo gol, não teve jogadas geniais e nem nada disso, apesar de ter sido seu momento de glória pessoal, não foi o momento mais esplendoroso de seu belo futebol, ele não teve nenhuma atuação como naquele inesquecível 5 x 0 do Barcelona ante o Real Madrid no memsmo ano de 94.

Romário é um mito do futebol, um desses casos em que o dom supera o tipo humano. Romário não é um homem, é uma luz, é uma manifestação divina.


Ps: Não posso deixar de comentar o destaque negativo da partida, a tentativa de Galvão Bueno em transformar o jogo da despedida de Romário no jogo de estréia da nova câmera (bisonha) da Globo.

Thursday, April 14, 2005

LIÇÕES
Billy

Após a semifinal do Campeonato Mineiro, em que o Cruzeiro eliminou o Galo, vi muitos atleticanos, jogadores e até mesmo a diretoria, reclamando que a equipe alvinegra ficou sem atacantes, no momento decisivo do clássico.

Pois bem. A culpa não é dos outros, e o Cruzeiro dá a lição.

Contratou de uma só levada, ANTES DO INÍCIO DO CAMPEONATO, dois zagueiros para a disputa do certame: Moisés (ex-Vitória) e Argel, este segundo bastante conhecido por sua “raça”, muitas vezes traduzida em violência (como me lembra o Dunga esse sujeito). Não vou nem entrar no mérito se são boas ou más contratações. O ponto é: qualquer time precisa de peças de reposição, especialmente em longos torneios. E o Cruzeiro, à exceção de Fred, que é um jogador diferenciado, dispõe de reservas em condição de jogo em todas as posições. “Do goleiro ao ponta esquerda”, como dizia-se antigamente. Frise-se a ressalva para o caso de Fred, pois o time ainda carece de outro bom atacante, ainda que, inicialmente, venha apenas para compor o grupo.

Já o Atlético investe na repatriação de Marques, mais um jogador veterano com longo histórico no departamento médico, especialmente nos momentos de decisão. Não custa nada, nada mesmo, para numa dada situação, estarem lesionados tanto o Euller como o Marques. E aí vai ser o mesmo xorôrô...

Essa é uma das razões pelas quais o Cruzeiro tem vencido títulos importante todos os anos e o Galo já vai amargando um qüinqüênio sem troféus.

DUELO DE GIGANTES
Billy

Muito bem. Está marcado para a Semi Final da Champions League o duelo entre Dida e Gomes, dois goleiraços, ex-cruzeirenses, que são até hoje, ídolos da torcida celeste. Dida venceu com os azuis, entre outros títulos, a Copa do Brasil de 1996 e a Libertadores de 1997. Já Gomes foi o goleiro do super ano de 2003, campeão do Mineiro, Copa do Brasil e Brasileiro.

Contra o Lyon, Gomes defendeu duas penalidades, sendo que já havia operado um verdadeiro milagre no jogo de ida, na França. No campeonato holandês, o PSV, time de Gomes, bateu o recorde de tempo sem levar gols (registre-se, apenas, que nem todo o período foi coberto por Gomes). Dida, por sua vez, encabeça e lidera, juntamente com Maldini, a defesa menos vazada da Liga dos Campeões e do Campeonato Italiano, e dispensa maiores comentários.

No embate, claro que o Milan leva vantagem em razão do elenco bilionário, mas imagino que a grande maioria dos cruzeirenses, assim como eu, estará torcendo por Gomes, que esteve mais recentemente na Toca da Raposa, e foi o goleiro do inesquecível ano de 2003.

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