TODOS CONTRA O BARÇA
Lessa

Quem não matar o serviço daqui a duas semanas para ver Manchester e Barcelona não poderá nunca mais dizer que gosta de futebol.

O Barcelona será atropelado se jogar nas semis como jogou ontem. Contra o Schalke 04, o time tomou pressão no primeiro tempo e, numa jogada fortuita, construiu o placar definitivo da partida.

Rijkaard está sendo vaiado com razão. Lencinho branco nesse time lento, que não apresenta mais o toque de bola no meio-campo que garantiu a coroa européia há dois anos e que falha repetidas vezes na conclusão.

A defesa tem a liderança do supervalorizado Puyol, lento, muito dependente da força de suas caneladas e sem sinais da voluntariedade de outrora. Thuram é simplesmente velho demais. Zambrotta nunca convenceu ninguém e Abidal, ainda que bom lateral, provou ser uma aposta bem menos funcional do que se projetava quando foi contratado.

O meio parece sofrer de histeria patriótica, com Iniesta – outra promessa que deu n’água, o desgastado Xavi e o utilitário Yayá Touré, na contenção. O óbvio é que o único que se salva é justamente o não-espanhol.

O ataque tem um Henry posando de figurante, um Eto’o que não recuperou a forma e o menino Bojan, futuro craque mas ainda inconstante demais em função da idade.

Messi, caso jogue, poderá criar um pequeno empecilho para os diabos vermelhos, mas duvido que seja o suficiente.

Sobre Ronaldinho... Bem, ele poderia diminuir objetivamente as chances de uma humilhação se estivesse em plenas condições. Não está: o Barça diz que tem problemas físicos, a imprensa diz que é baladeiro, a torcida reclama que está forçando saída.

A verdade, amigo leitor, é que Ronaldinho será o primeiro craque de fama mundial a assumir a homossexualidade. Sua péssima fase, confie em mim, tem mais a ver com o armário do que com o futebol.

E se eu estiver certo, o São Paulo é o time ideal para a sua recuperação. No Morumbi, Ronaldinho encontraria o ambiente adequado para se sentir mais à vontade com sua opção sexual.

O que mais me impressiona, contudo, é que os catalães sequer concedem ao gaúcho a honraria da memória. Esqueceram-se das mágicas operadas com regularidade e eficiência pelo "fantasista" mais habilidoso do mundo desde Zidane.

Tratam-no como uma peste no time que ele mesmo ajudou a construir, que ele praticamente sozinho tirou de um jejum de títulos e descartam-no de um grupo em que ele é o rei, o príncipe e os súditos ao mesmo tempo.

Ridículos, os catalães. Ridículos, os espanhóis.

Em enquete recente no periódico espanhol Marca, 72% dos votantes apostaram em Fernando Alonso como provável campeão da F-1 neste ano. Sinal mais claro de demência não pode haver.

Que se fodam, então, estes ibéricos de merda. Que sejam humilhados a contento pelo favoritíssimo Manchester. Que sofram todas as conseqüências por serem tão cegos, tão desmemoriados e tão ridiculamente patrióticos.

Desnecessário comentar, diante disso tudo, a questão Guti x Baptista. Preciso dizer quem os espanhóis consideram o verdadeiro craque de bola entre ambos?