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Friday, July 17, 2009

CHORA, NÃO VOU LIGAR
Thales

A soberba foi castigada. Não adianta os cruzeirenses, torcedores E jogadores, virem dizer que sabiam que o jogo seria duro e que respeitavam o Estudiantes. Billy chegou a me confidenciar no dia da final que as horas não passavam, que ele estava tenso, o corrijo, não era tensão, era ansiedade pra gritar "tricampeão". O cruzeirense temia um jogo difícil, mas não a perda do título, este já era dado como certo, e quem for postar um comentário contrário, que examine bem seu coração antes de responder.

Sobre o jogo, falei horas antes, com o Billy e o chorão do Renato, se não fizerem homem a homem no Verón o caldo vai engrossar. Não deu outra.

Verón é um capítulo a parte nessa final. Começou a ganhar o jogo na cotovelada em Ramires, ainda nos primeiros minutos. Com um simples gesto o maestro de La Plata já mandava um recado, não apenas a Ramires, mas a todos os presentes, tudo será cobrado e descontado. Logo depois, numa confusão, mais um safanão em Ramires, que perdeu a calma a ponto de tentar chutar um argentino no bolinho que se formara. A partir daquele momento Verón se tornou dono e senhor da partida, jogava bola quando bem entendia e tumultuava quando o Cruzeiro queria jogar. Cadenciou o toque de bola, deu ritmo ao time, e, sobretudo, fez com que seus companheiros vissem em seu capitão alguém capaz de conduzi-los à vitória. A mágica de Verón não se deu apenas numa enfiada de bola e numa cobrança de escanteio, foi um espetáculo de sutilezas e uma lição de vida, de um homem que havia feito uma promessa a seu pai, de alguém que recusara $27 milhões de um sheik árabe para realizar seu sonho, viver aquele momento e levantar a taça por seu clube de coração. A frase é do mestre Armando Nogueira, "Deus castiga quem o craque fustiga", e Verón foi fustigado, torcedores cruzeirenses foram ao aeroporto receber o craque com gritos de "Sorín!Sorín!Sorín!" (desafeto de Verón na seleção), em casa eu pensava comigo, "isso mesmo, mexam com os brios do homem".

Dizem que, na chegada do Estudiantes ao estádio, os jogadores batiam no teto do ônibus, nas janelas e cantavam junto com os torcedores que os cercavam, espírito de guerra. A chegada do Cruzeiro eu acompanhei pela tv, milhares cantando e incentivando o time, enquanto Kléber, em close no Sportv, tinha uma expressão de quem acompanhava uma boiada passar.

Da parte do Cruzeiro faltou um homem experiente em campo, alguém pra fazer a bola correr, evitar a catimba e chamar o time pro jogo. No elenco, os jogadores com tais perfis eram temerários, Andersson (elo mais fraco), Fabrício (futebol duvidoso desde a contusão) e Fabinho (recém chegado, não se podia jogar a liderança no colo dele). E, mais uma vez, o excesso de soberba, Adílson não quis fazer uma marcação individual em Verón, achou que apenas o esquema defensivo bem encaixado resolveria, achou que Verón não valia a anulação de Paraná ou Ramires, sendo que, tecnicamente, nenhum dos dois joga metade da bola de Verón. Prova que Adílson não aprendeu rigorosamente nada com eliminação para o Boca ano passado. Idioticamente pensa-se, no Brasil, que a marcação homem a homem serve pra um brucutu dar pontapé no craque e tentar roubar todas as bolas, não é por aí, ela serve para que o sujeito receba menos bolas e tenha menos tempo para pensar as jogadas, o intuito não é parar o adversário a todo custo, mas fazer com que ele seja obrigado a fugir de suas características naturais.

Fiquei feliz por Verón, mas, honestamente, mais feliz ainda pelo fracasso do Cruzeiro. Os deuses do futebol deviam um Maracanazzo ao time da Toca, achou gol em finais depois dos 45' mais de uma vez, sempre uma bola espirrada, um lance inusitado, e, dessa vez, o script parecia se repetir, mas os deuses do futebol guardaram o melhor para o fim. O Galo teve o seu em 1977, numa decisão por pênaltis contra o São Paulo, diante de 103 mil pagantes. Portanto, chora, não vou ligar, chegou a hora, vais me pagar.

Thursday, July 16, 2009


TORTAS LINHAS
Billy

Poderia – mas não vou- sumir daqui por uns dias.

É uma decepção igual ou maior que a eliminação para o Galo no Brasileirão de 99.

Renato, vi seu comentário e dói demais mesmo e ainda vai doer por muito tempo. Esquecer nunca, mas quero acreditar que a dor um dia passa. Tomara.

Longe de aderir à previsível caça às bruxas ou ao tradicional “procura-se um culpado”, melhor tentar juntar os cacos do que restou do time e salvar o semestre com uma nova classificação pra Libertadores. Recompor as mágoas do futebol com o próprio futebol. Assim é a vida assim é o futebol. Domingo, estou de volta ao Mineirão, não tenham dúvidas.

E reitero o que venho defendendo há tempos: o Cruzeiro tem um time muito competitivo e pronto pra brigar por títulos. Mudar o comando é começar do zero e desprezar dois anos de muito bom desempenho. E duvido muito que o Cruzeiro venha a bancar um Muricy Ramalho. Qualquer outro treinador é mudar pra pior.

Quanto à foto acima: pelo menos alguém ficou legitimamente feliz ontem à noite. Aos vencedores, o cumprimento do vencido.

Tuesday, July 14, 2009



Para esquentar!!! Na Taça da foto, que é a original, o Cruzeiro só tem duas plaquinhas. Será que colocamos mais uma?

Friday, July 03, 2009

12 anos depois e 12 vezes melhor
Billy


Vejam vocês o que é o futebol.

O "mestre" Paulo Autuori, sempre lembrado como um bom treinador (o que questiono veementemente), se despediu da Libertadores sem uma vitória sequer. E mesmo assim vai manter a pose canastrona e a boa conta com a mídia. Presumo.

Enquanto isso, nosso comandante, Adilson Batista luta para ser respeitado pela própria torcida e é objeto de desconfiança a cada substituição (vencendo ou não o jogo), a despeito das boas campanhas que o Cruzeiro vem fazendo ao longo dos quase dois anos em que está na Toca. Foi por causa de uma dessas boas campanhas, a do Brasileiro de 2008, que hoje o Cruzeiro está qualificado para decidir o título continental.

Dou a cara a tapa se alguém não questionou a escalação do Wellington Paulista, invocando o bordão burro burro. E o sujeito mete logo dois gols no primeiro tempo. A calhar, lembro que Tiago Ribeiro marcou apenas um solitário gol, desde que chegou ao clube, salvo melhor juízo.

Burrice, genialidade, sorte?

Ainda no ritmo do "vejam vocês o que é o futebol". Uma comparação entre os times do Cruzeiro de 1997 e de 2009, e também da campanha até a final nas duas edições é covardia. Não há outra palavra. E pode ser que o time de 2009 não seja campeão.

Imagino que vão dizer que o Grêmio foi "operado" por causa de um penalti não marcado no primeiro tempo. Ou que poderia ter matado o jogo no Mineirão se os "craques" Alex Mineiro e Maxi Lopez marcassem os gols feitos que perderam. O mesmo foi dito em relação ao São Paulo, que foi roubado em pleno Morumbi.

Só lamento. Lamento não. Só dou risada.

Ganhar o título ou não é um outro problema, a mim parece que o trabalho já se mostra muito bem feito e digno de ser elogiado. Não só do treinador (que venho defendendo há muito tempo), mas também da diretoria. A contratação de Kléber é, entre os grandes negócios realizados na era Perrella, o maior de todos, considerando que ainda recebeu um "troco" de 5 milhões de Euros. Fico me perguntando onde Luxemburgo e o Palmeiras estavam com a cabeça quando liberaram o jogador. Imaginem uma dupla de ataque KK (Kléber e Keirrison)?

Renato, lembra-se de quantas vezes, e há quanto tempo, reclamamos das repetidas promessas por um grande atacante? Kléber é o cara.

E acho que é assim mesmo que tem que ser. Nem sempre vence o melhor, mas a preparação, o trabalho têm que ser o melhor possível.

Por fim, comemoro. Não é todo dia que se vê jogos decisivos de Libertadores, tendo o seu time como protagonista. Pelo contrário, é evento raro. Raríssimo. E por isso mesmo tão especial.

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