Tuesday, April 20, 2010
CHAMEM O LAMPADINHA
(Thales)
“Não teve menosprezo, tira esse fantasminha da cabeça de vocês.”
Eis a declaração de Adílson Batista após a derrota para o Ipatinga pela semifinal do Campeonato Mineiro.
Das duas uma, ou Adílson não buscava o título do regional ou menosprezou o adversário. Não há uma outra alternativa possível.
No decorrer da competição, Perrella e Maluf declararam que o Cruzeiro seria campeão. Ou seja, para a diretoria, o Mineiro era um objetivo, embora não fosse prioridade. Logo, resta a alternativa do menosprezo.
Adílson tanto menosprezou o Ipatinga que escalou o time com um atacante, praticamente abdicando de fazer gols.
Anunciou um time forte para a partida, mas lançou a campo um time medíocre. Pense, por um momento, que você é um jogador do Ipatinga. Lá está você, lendo o matutino na concentração. Ao ler as declarações de que o Cruzeiro entrará completo você pensa, “fodeu”. Mas eis que, no vestiário, enquanto você faz o aquecimento, chega um membro da comissão técnica gritando que o Cruzeiro entrará com um time misto, no que você pensa, “agora dá”. Tanto menosprezou que perdeu de três, sendo que deveria ter perdido de sete.
O Cruzeiro sofreu três reveses ao longo da fase classificatória. Perdeu para Democrata, Tupi e Ipatinga. Nos três jogos entrou em campo com um time misto ou reserva. E, curiosamente, sofreu três gols em cada uma das derrotas.
Que mensagem uma pessoa razoável tiraria dos fracassos anteriores? Contra times minimamente qualificados o time misto não é suficiente nem para empatar. Mas Adílson não pensa assim, otimista que é, achou que da quarta vez daria certo. Resultado, mais três cocos na cabeça.
Agora resta o chororô, “pedi para que a partida fosse realizada na segunda”, “os jogadores foram dormir uma e meia da manhã” (de sexta para sábado, diga-se de passagem) e a minha preferida, “a maratona de jogos”. Hora, se um jogador profissional é incapaz de jogar 3 partidas num período de sete dias, algo está muito errado. Em tempo, os jogadores que mais iniciaram partidas na temporada foram Diego Renan e Fabinho, dez jogos cada um. Sendo que Fabinho foi o que mais tempo esteve em campo 866 minutos, o que não dá nem dez partidas inteiras. Se você pensar que a temporada, para o Cruzeiro, começou no dia 27 de janeiro, já se vão praticamente três meses, ou 90 dias, que dá uma média de mais ou menos um jogo a cada dez dias para o atleta que mais atuou. Uma torcedora no “Seu nome, seu bairro”, disse que pediu dinheiro emprestado para poder ir ver a partida, essa sim deveria estar exausta, duas conduções para chegar ao estádio, acordar todo dia às 5 da manhã pra trabalhar e ganhar um salário de fome.
As desculpas são risíveis. Adílson deveria ter vergonha na cara. Vir a público falar que não houve menosprezo é querer enganar o torcedor duas vezes. Mais uma invenção dessas e nem o Lampadinha o segurará no cargo.
(Thales)
“Não teve menosprezo, tira esse fantasminha da cabeça de vocês.”
Eis a declaração de Adílson Batista após a derrota para o Ipatinga pela semifinal do Campeonato Mineiro.
Das duas uma, ou Adílson não buscava o título do regional ou menosprezou o adversário. Não há uma outra alternativa possível.
No decorrer da competição, Perrella e Maluf declararam que o Cruzeiro seria campeão. Ou seja, para a diretoria, o Mineiro era um objetivo, embora não fosse prioridade. Logo, resta a alternativa do menosprezo.
Adílson tanto menosprezou o Ipatinga que escalou o time com um atacante, praticamente abdicando de fazer gols.
Anunciou um time forte para a partida, mas lançou a campo um time medíocre. Pense, por um momento, que você é um jogador do Ipatinga. Lá está você, lendo o matutino na concentração. Ao ler as declarações de que o Cruzeiro entrará completo você pensa, “fodeu”. Mas eis que, no vestiário, enquanto você faz o aquecimento, chega um membro da comissão técnica gritando que o Cruzeiro entrará com um time misto, no que você pensa, “agora dá”. Tanto menosprezou que perdeu de três, sendo que deveria ter perdido de sete.
O Cruzeiro sofreu três reveses ao longo da fase classificatória. Perdeu para Democrata, Tupi e Ipatinga. Nos três jogos entrou em campo com um time misto ou reserva. E, curiosamente, sofreu três gols em cada uma das derrotas.
Que mensagem uma pessoa razoável tiraria dos fracassos anteriores? Contra times minimamente qualificados o time misto não é suficiente nem para empatar. Mas Adílson não pensa assim, otimista que é, achou que da quarta vez daria certo. Resultado, mais três cocos na cabeça.
Agora resta o chororô, “pedi para que a partida fosse realizada na segunda”, “os jogadores foram dormir uma e meia da manhã” (de sexta para sábado, diga-se de passagem) e a minha preferida, “a maratona de jogos”. Hora, se um jogador profissional é incapaz de jogar 3 partidas num período de sete dias, algo está muito errado. Em tempo, os jogadores que mais iniciaram partidas na temporada foram Diego Renan e Fabinho, dez jogos cada um. Sendo que Fabinho foi o que mais tempo esteve em campo 866 minutos, o que não dá nem dez partidas inteiras. Se você pensar que a temporada, para o Cruzeiro, começou no dia 27 de janeiro, já se vão praticamente três meses, ou 90 dias, que dá uma média de mais ou menos um jogo a cada dez dias para o atleta que mais atuou. Uma torcedora no “Seu nome, seu bairro”, disse que pediu dinheiro emprestado para poder ir ver a partida, essa sim deveria estar exausta, duas conduções para chegar ao estádio, acordar todo dia às 5 da manhã pra trabalhar e ganhar um salário de fome.
As desculpas são risíveis. Adílson deveria ter vergonha na cara. Vir a público falar que não houve menosprezo é querer enganar o torcedor duas vezes. Mais uma invenção dessas e nem o Lampadinha o segurará no cargo.
Saturday, April 17, 2010
TORCIDA NÃO GANHA JOGO, MAS AJUDA A PERDER
(Thales)
Bem sei que Luxemburgo não fará milagres. Se não lhe derem um elenco forte, dificilmente será campeão do que quer que seja.
Mas, ao menos, se ele conseguir mudar a mentalidade da torcida atleticana, já terá justificado seu gordo salário.
Não raro, após os jogos, Luxa reclama do comportamento da torcida durante os jogos. Ele diz que a torcida deve jogar junto com o time, coisa que não tem acontecido. A torcida, que se acostumou a ser tratada a pão-de-ló, está indignada com o professor. Ouvi um torcedor dizer aos microfones da Itatiaia que, “mais uma vez o Luxemburgo foi a um programa de rede nacional reclamar da torcida do Atlético”, no que eu pergunto ao anônimo torcedor, ele deveria reclamar como? A imprensa é o canal de comunicação entre ele e a torcida, ou cidadão espera que Luxa fique na Praça Sete interpelando cada um dos passantes?
E devo dar razão ao ilustre professor. A torcida do Atlético, de uns tempos pra cá, tem matado o time. O jogador perdeu o direito de errar e o time de trabalhar a bola. No jogo contra o Sport isso ficou muito claro. Renan Oliveira esteve em vias de ser vaiado, não que estivesse bem na partida, sem dúvida era o pior dos 22. Mas o comportamento da torcida para com a jovem promessa foi inaceitável. Após o quarto passe errado a torcida começou a pegar no pé do rapaz. Depois disso Renan não quis mais jogar, se escondeu do jogo e desapareceu na partida até ser substituído aos 30 minutos. Este ano, Diego Tardelli ainda não fez sequer uma partida comparável às suas melhores atuações, contra o Sport novamente esteve mal, perdeu um gol inverossímil e ainda assim, respirava em campo e era ovacionado pela torcida. A meu ver, a cobrança maior deve recair sobre aquele que tem a responsabilidade de decidir.
O sistema do Sport, com três zagueiros, impôs sérias dificuldades à criação alvinegra. A tônica do jogo seria rodar a bola, ter paciência e esperar o momento certo para aproveitar o espaço nas costas de um dos alas. Assim que o time começava a trocar passes na intermediária ouvia-se o burburinho vindo da arquibancada. Qualquer jogada que não fosse vertical era recebida por uma enxurrada de insultos. O Atlético achou um gol no final da primeira etapa, não tenho a menor dúvida que o time seria duramente vaiado no intervalo caso tivesse ido para o vestiário com 0x0 no placar.
Entendo que o futebol apresentado pela equipe deva incendiar os torcedores nas arquibancadas. Ok, mas quando isso não ocorre é papel do torcedor incendiar o time em campo. Quando o futebol apresentado pelo time ou por um jogador não está a altura das expectativas, a tônica tem sido a vaia e a cobrança, apoio que é bom, só quando o time vence com folga. Não adianta lotar o Mineirão todo jogo, melhor 5 mil que apóiem nas horas difíceis do que 40 mil que vão a campo esperando ver o Barcelona.
(Thales)
Bem sei que Luxemburgo não fará milagres. Se não lhe derem um elenco forte, dificilmente será campeão do que quer que seja.
Mas, ao menos, se ele conseguir mudar a mentalidade da torcida atleticana, já terá justificado seu gordo salário.
Não raro, após os jogos, Luxa reclama do comportamento da torcida durante os jogos. Ele diz que a torcida deve jogar junto com o time, coisa que não tem acontecido. A torcida, que se acostumou a ser tratada a pão-de-ló, está indignada com o professor. Ouvi um torcedor dizer aos microfones da Itatiaia que, “mais uma vez o Luxemburgo foi a um programa de rede nacional reclamar da torcida do Atlético”, no que eu pergunto ao anônimo torcedor, ele deveria reclamar como? A imprensa é o canal de comunicação entre ele e a torcida, ou cidadão espera que Luxa fique na Praça Sete interpelando cada um dos passantes?
E devo dar razão ao ilustre professor. A torcida do Atlético, de uns tempos pra cá, tem matado o time. O jogador perdeu o direito de errar e o time de trabalhar a bola. No jogo contra o Sport isso ficou muito claro. Renan Oliveira esteve em vias de ser vaiado, não que estivesse bem na partida, sem dúvida era o pior dos 22. Mas o comportamento da torcida para com a jovem promessa foi inaceitável. Após o quarto passe errado a torcida começou a pegar no pé do rapaz. Depois disso Renan não quis mais jogar, se escondeu do jogo e desapareceu na partida até ser substituído aos 30 minutos. Este ano, Diego Tardelli ainda não fez sequer uma partida comparável às suas melhores atuações, contra o Sport novamente esteve mal, perdeu um gol inverossímil e ainda assim, respirava em campo e era ovacionado pela torcida. A meu ver, a cobrança maior deve recair sobre aquele que tem a responsabilidade de decidir.
O sistema do Sport, com três zagueiros, impôs sérias dificuldades à criação alvinegra. A tônica do jogo seria rodar a bola, ter paciência e esperar o momento certo para aproveitar o espaço nas costas de um dos alas. Assim que o time começava a trocar passes na intermediária ouvia-se o burburinho vindo da arquibancada. Qualquer jogada que não fosse vertical era recebida por uma enxurrada de insultos. O Atlético achou um gol no final da primeira etapa, não tenho a menor dúvida que o time seria duramente vaiado no intervalo caso tivesse ido para o vestiário com 0x0 no placar.
Entendo que o futebol apresentado pela equipe deva incendiar os torcedores nas arquibancadas. Ok, mas quando isso não ocorre é papel do torcedor incendiar o time em campo. Quando o futebol apresentado pelo time ou por um jogador não está a altura das expectativas, a tônica tem sido a vaia e a cobrança, apoio que é bom, só quando o time vence com folga. Não adianta lotar o Mineirão todo jogo, melhor 5 mil que apóiem nas horas difíceis do que 40 mil que vão a campo esperando ver o Barcelona.